Tropas russas partem para Bielorrússia para formar grupo militar regional

Tropas russas devem chegar "nos próximos dias" à Bielorrússia para formar um grupo militar regional perante o aumento das tensões com a vizinha Ucrânia, informou hoje o Ministério da Defesa da ex-República soviética.

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Lusa
14/10/2022 20:22 ‧ 14/10/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Nos próximos dias, as tropas russas que formam o Grupo Militar Regional começarão a chegar ao território da Bielorrússia", anunciou Victor Tumar, representante do Estado-Maior do Exército da Bielorrússia, em comunicado.

Os soldados russos irão participar em atividades de treino militar destinadas a "aumentar o nível de desempenho das missões na defesa da União Estatal" Rússia-Bielorrússia.

O comunicado das autoridades bielorrussas sublinha que, nos últimos anos, os países membros da NATO aumentaram o seu potencial bélico nas fronteiras com a Bielorrússia, a que se acrescenta, como risco, o rearmamento da Polónia e dos países bálticos.

"Estes factos confirmam o aumento das ameaças no domínio da segurança militar da Bielorrússia e da União Estatal, que exige a adoção de medidas urgentes", justifica o comunicado, realçando que o objetivo da parceria russo-bielorrussa é garantir a paridade na segurança e manutenção da paz e reduzir a atividade militar nas fronteiras.

"O grupo militar regional da União Estadual é um projeto estritamente defensivo", assegurou Tumar.

Na semana passada, o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, anunciou que tinha concordado em criar esta parceria com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

"Tendo em conta o agravamento da situação nas fronteiras ocidentais da União Estatal, concordamos em implantar um grupo regional (militar)" de ambos os países, argumentou o líder bielorrusso.

Lukashenko não especificou o número de soldados que irão compor esse grupo, embora hoje tenha explicado que Minsk não exigirá que Moscovo envie "10.000-15.000 soldados", argumentando que a Rússia "já tem problemas suficientes".

Hoje, Lukashenko saiu mais uma vez em defesa do Kremlin, dizendo que a Rússia tem armas nucleares por uma razão: para evitar ficar encurralado pelo Ocidente.

"Se encurralarem alguém ou um país, só há uma saída: seguir em frente", disse Lukashenko, explicando que o recurso a armas nucleares por parte de Moscovo será legítimo, na eventualidade de a Rússia ser ameaçada pelos países ocidentais.

Contudo, o líder bielorrusso admitiu que essa será sempre uma solução de último recurso, reconhecendo que o uso de armas nucleares "seria o fim do nosso planeta".

"Se as armas nucleares forem usadas por um país, isso causará uma reação em cadeia. E a Rússia sabe bem disso", conclui Lukashenko, dizendo estar convencido de que Putin não tem a intenção de recorrer ao seu arsenal atómico.

Leia Também: Rússia espera uma redução de 10% na produção de gás

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