"Nos próximos dias, as tropas russas que formam o Grupo Militar Regional começarão a chegar ao território da Bielorrússia", anunciou Victor Tumar, representante do Estado-Maior do Exército da Bielorrússia, em comunicado.
Os soldados russos irão participar em atividades de treino militar destinadas a "aumentar o nível de desempenho das missões na defesa da União Estatal" Rússia-Bielorrússia.
O comunicado das autoridades bielorrussas sublinha que, nos últimos anos, os países membros da NATO aumentaram o seu potencial bélico nas fronteiras com a Bielorrússia, a que se acrescenta, como risco, o rearmamento da Polónia e dos países bálticos.
"Estes factos confirmam o aumento das ameaças no domínio da segurança militar da Bielorrússia e da União Estatal, que exige a adoção de medidas urgentes", justifica o comunicado, realçando que o objetivo da parceria russo-bielorrussa é garantir a paridade na segurança e manutenção da paz e reduzir a atividade militar nas fronteiras.
"O grupo militar regional da União Estadual é um projeto estritamente defensivo", assegurou Tumar.
Na semana passada, o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, anunciou que tinha concordado em criar esta parceria com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
"Tendo em conta o agravamento da situação nas fronteiras ocidentais da União Estatal, concordamos em implantar um grupo regional (militar)" de ambos os países, argumentou o líder bielorrusso.
Lukashenko não especificou o número de soldados que irão compor esse grupo, embora hoje tenha explicado que Minsk não exigirá que Moscovo envie "10.000-15.000 soldados", argumentando que a Rússia "já tem problemas suficientes".
Hoje, Lukashenko saiu mais uma vez em defesa do Kremlin, dizendo que a Rússia tem armas nucleares por uma razão: para evitar ficar encurralado pelo Ocidente.
"Se encurralarem alguém ou um país, só há uma saída: seguir em frente", disse Lukashenko, explicando que o recurso a armas nucleares por parte de Moscovo será legítimo, na eventualidade de a Rússia ser ameaçada pelos países ocidentais.
Contudo, o líder bielorrusso admitiu que essa será sempre uma solução de último recurso, reconhecendo que o uso de armas nucleares "seria o fim do nosso planeta".
"Se as armas nucleares forem usadas por um país, isso causará uma reação em cadeia. E a Rússia sabe bem disso", conclui Lukashenko, dizendo estar convencido de que Putin não tem a intenção de recorrer ao seu arsenal atómico.
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