Singapura sanciona revista Vogue por promover famílias "não-tradicionais"

As autoridades de Singapura anunciaram que restringiram a autorização de publicação da edição local da revista de moda Vogue por publicar imagens nuas e promover famílias "não tradicionais".

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Lusa
15/10/2022 07:41 ‧ 15/10/2022 por Lusa

Mundo

Direitos LGBTI

 

A cidade-Estado tem regras restritas para limitar o conteúdo LGBTQ na imprensa, proibida de promover "estilos de vida alternativos", considerados um desvio ao conceito de "família tradicional".

O regulamento também proíbe a publicação de imagens nuas, incluindo "representações de modelos seminus, com seios e/ou genitais cobertos por mãos, materiais ou objetos".

O Ministério das Comunicações e Informação de Singapura anunciou, num comunicado na sexta-feira, que tinha emitido um aviso severo à revista Vogue, ao mesmo tempo que revogou a licença de publicação de um ano.

A Vogue solicitou então uma nova licença, que foi concedida por apenas seis meses, disse o Ministério.

A revista mensal "violou quatro vezes nos últimos dois anos as diretrizes de conteúdo da revista de estilo de vida local, por nudez, e conteúdo de promoção de famílias não tradicionais", de acordo com o Ministério, que não especificou os conteúdos.

A publicação de revistas em Singapura está sujeita a licenciamento.

Esta é a primeira vez que as autoridades reduziram a duração de uma destas autorizações desde 2014, quando uma revista de artes local foi sancionada por "conteúdo religiosamente insensível ou denegridor".

O grupo Conde Nast lançou a Vogue em Singapura há dois anos, com uma revista mensal impressa e um website. Neste último, a Vogue defende o objetivo de produzir um "conteúdo estimulante" capaz de "fomentar uma mudança para melhor".

Nos últimos meses, a revista publicou artigos sobre questões LGBTQ, artigos sobre "positividade corporal" com fotografias de mulheres seminuas, e entrevistas com ativistas proeminentes de Singapura.

Em agosto, o Governo de Singapura anunciou planos para despenalizar a homossexualidade, punida com dois anoso de prisão, mas o primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, afirmou também que a cidade-Estado ia alterar a Constituição para "salvaguardar a instituição do casamento", definida como a união de um homem e de uma mulher.

Leia Também: Lisboa vai acolher em 2025 EuroPride, que celebra visibilidade LGBTI+

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