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Governação de Xi marcada por combate à pobreza, à corrupção e à poluição

Eliminação da pobreza extrema, combate à corrupção e maior consciência ambiental são alguns dos progressos alcançados pela China durante os dez anos de governação do líder Xi Jinping, que deve assumir agora um terceiro mandato.

Governação de Xi marcada por combate à pobreza, à corrupção e à poluição
Notícias ao Minuto

08:57 - 15/10/22 por Lusa

Mundo China

A desigualdade social, a corrupção e os altos níveis de poluição nas principais cidades da China eram fonte de forte descontentamento social e vistos como ameaças existenciais pelo regime chinês, aquando da ascensão ao poder de Xi.

O número de chineses a viver na pobreza extrema passou de 770 milhões (1978), para 82 milhões (2013) e, depois, para 6 milhões (2019), segundo dados do Banco Mundial, que saudou o ritmo "sem precedentes na História", no alívio da pobreza.

Em 2021, nas vésperas do centenário do Partido Comunista Chinês, Pequim declarou oficialmente ter erradicado a pobreza extrema.

Longe do espetacular desenvolvimento económico que se formou no litoral da China, com mega metrópoles e uma classe média composta por mais de 500 milhões de pessoas, o interior do país asiático permaneceu sobretudo pobre.

Nos últimos anos, residentes rurais idosos receberam doações em dinheiro e o Governo lançou esquemas para fomentar a criação de emprego para quem dependia da agricultura de subsistência, incluindo através da formação de cooperativas agrícolas ou da abertura de fábricas.

A construção de estradas e ligações ferroviárias a ligar áreas remotas do país foi outro ponto-chave do programa de Pequim.

Entre 2013 e 2021, a China investiu o equivalente a 230 mil milhões de euros para erradicar a pobreza extrema.

O aumento do rendimento beneficiou também os cidadãos urbanos. Entre 2013 e 2020, o rendimento médio disponível anual por família urbana subiu de 26.467 yuans (3.800 euros) para 43.834 yuans (6.200 euros), um acréscimo de 66%, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas. No interior do país, subiu para 17.132 yuans (+82%).

O número médio de automóveis por habitante aumentou de 0,22 para 0,45, entre 2012 e 2020.

A luta contra a corrupção é também um dos principais legados de Xi Jinping.

A mais ampla campanha anticorrupção na História da República Popular da China resultou na condenação à prisão perpétua ou à pena de morte de milhares de quadros e funcionários do Partido Comunista, líderes de empresas e organizações públicas, ou oficiais do Exército.

Entre 2012 e 2022, foram emitidas 11,3 milhões de repreensões, para casos menores, enquanto 4,7 milhões de pessoas, acusadas de infrações graves, foram punidas, segundo a Comissão Central de Disciplina e Inspeção do Partido Comunista Chinês.

Regras de "frugalidade" foram também impostas na administração pública, com os banquetes e consumo de álcool a serem banidos.

A China continua a ser o maior emissor de gases poluentes do mundo, mas, sob a liderança de Xi Jinping, o país estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões.

Em 2016, a China assinou o Acordo de Paris para o Clima.

Em 2020, Xi prometeu que a China vai atingir o pico de emissões de carbono até 2030 e a neutralidade de carbono até 2060.

A triagem de resíduos está a progredir, assim como o sistema de aquecimento central usado no norte do país, outrora assente na queima de carvão, que foi, entretanto, substituído pelo gás natural.

A concentração no ar de partículas muito finas e perigosas caiu 34,8%, entre 2015 e 2021, tornando o ar em Pequim e outras cidades mais respirável.

Mais de 95,9% dos chineses estão agora cientes da gravidade das alterações climáticas, de acordo com uma pesquisa da organização China Center for Climate Change Communication.

"A consciência geral sobre a necessidade de proteger o meio ambiente aumentou significativamente", disse Wang Binbin, autor do estudo e pesquisador da Universidade Tsinghua, em Pequim.

Os últimos dez anos ficaram também marcados pelo rápido desenvolvimento do programa espacial do país.

A China pousou sondas na Lua em 2013 e 2019, incluindo no lado mais distante do satélite natural da Terra -- um feito inédito.

Em 2020, trouxe de volta amostras da superfície lunar e finalizou o Beidou, o seu sistema de navegação por satélite - rival do GPS norte-americano.

No ano passado colocou o seu primeiro robô em Marte. Este ano deve concluir a estação espacial.

Leia Também: Continuação de Jinping no poder é "mau presságio" para Direitos Humanos

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