O antigo presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou, no sábado, que vai ajudar os candidatos democratas nos estados do Georgia e do Michigan, durante as últimas semanas da corrida às eleições intercalares, ou 'Midterms'.
As eleições realizam-se no dia 8 de novembro e, segundo um comunicado citado pela NBC News, o antigo presidente tem eventos marcados para os dias 28 e 29, em Atlanta e Detroit, respetivamente. Também está prevista uma paragem no estado do Wisconsin.
"Devido ao que está em jogo nestas eleições intercalares, o presidente Obama quer fazer a sua parte para ajudar os Democratas a vencer no próximo mês. Ele está ansioso para apoiar candidatos pelos boletins, especialmente em corridas e estados que terão consequências para a administração das eleições de 2024", diz o comunicado.
Os Democratas enfrentam uma 'praga' comum do partido que detém o poder, e estão em risco de perder a Câmara dos Representantes para os Republicanos. E uma Câmara dos Representantes republicana significará que os dois últimos anos de Joe Biden serão algo semelhantes aos dois últimos anos de Barack Obama: uma enorme dificuldade em aprovar medidas legislativas que passem pela maioria conservadora.
As 'Midterms' são também caracterizadas pela enorme quantidade de cargos locais e estatais para os quais o eleitorado tem de votar, cargos esses que, embora pequenos, podem ter influência nos procedimentos eleitorais na eleição presidencial de 2024.
Os estados por onde Obama vai passar são conhecidos como 'battleground states', estados que são muito contestados em todas as eleições. Na Georgia, por exemplo, o presidente Joe Biden venceu nas presidenciais, mas a liderança republicana reagiu com uma série de leis que tornou mais difícil votar - especialmente para as comunidades mais desfavorecidas, predominantemente afroamericanas, uma iniciativa classificada como "racista" pelo presidente.
If we want our democracy to function, we have to show up this election for the Governors, Secretaries of State and the candidates down the ballot who are going to protect voting rights and our electoral process. Because these seats wield a lot of power, and that power matters. pic.twitter.com/D6ehzPunRi
— Barack Obama (@BarackObama) October 15, 2022
Segundo a NBC News, Obama vai a Milwaukee, capital do estado do Wisconsin, para promover a candidata Mandela Barnes, que tenta roubar o lugar do senador republicano Ron Johnson (um dos mais fortes aliados de Trump). No mesmo estado, o governador Tony Evers tenta segurar o seu cargo.
Já no Michigan, Obama vai juntar-se à governadora Gretchen Whitmer e a vários outros candidatos Democratas, no âmbito de comícios que procuram salientar a importância do voto. Segundo o comunicado da equipa do antigo presidente, o evento em Detroit vai focar-se no "no acesso ao aborto, aos direitos eleitorais e à educação pública que está em risco no Michigan".
É desconhecido ainda quem é que Obama vai apoiar na Georgia, mas prevê-se que o antigo presidente ajude Stacey Abrams, que concorre ao cargo de governadora depois de ter sido muito influente em apoiar o recenseamento eleitoral de comunidades mais frágeis naquele estado - um apoio que acabou por ajudar Biden a ganhar o estado.
Abrams tem à sua frente uma difícil eleição, ao enfrentar o favorito Brian Kemp. Já Raphael Warnock, senador democrata pela Georgia, viu a sua tarefa de reter o cargo facilitada pelos recentes escândalos em torno do republicano Herschel Walker.
O ex-presidente tem sido muito crítico nos últimos tempos, especialmente depois da decisão do Supremo Tribunal de reverter o processo 'Roe v. Wade' e determinar o fim do aborto como um direito constitucional. Num podcast recente, Obama declarou que a decisão é "um lembrete de que a democracia é frágil, temos de a acarinhar e lutar por ela".
"Estas 'Midterms' vão ser um momento em que as pessoas têm de se juntar à batalha e votar", disse.
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