O antigo primeiro-ministro italiano disse que o seu partido, o FI, vai controlar Universidades, Administração Pública, Transição Ecológica, Justiça e Negócios Estrangeiros.
Como chefe da diplomacia, indicou o ex-presidente do Parlamento Europeu Antonio Tajani, que também será vice-primeiro-ministro, num gabinete que será liderado pela líder da extrema-direita Giorgia Meloni, de acordo com declarações transmitidas pela televisão italiana RAI.
Berlusconi aumentou a pressão nas últimas semanas para garantir certas pastas, numa guerra pública com a líder dos Irmãos de Itália, numa polémica que parecia ter ficado resolvida na segunda-feira, com uma reunião em que ambos se comprometeram com unidade e colaboração.
Contudo, nem tudo tinha sido resolvido, uma vez que Meloni alegadamente queria que um deputado do seu partido, o ex-procurador Carlo Nordio, assumisse o Ministério da Justiça, excluindo a ex-presidente do Senado, Elisabetta Casellati.
O magnata dos media, de 86 anos, disse hoje que "Meloni disse sim a Casellati como ministra da Justiça".
"Será que o ministro da Justiça será Nordio? Não. Vou encontrar-me com ele hoje, e a ex-presidente do Senado, Elisabetta Casellati, está lá (para esse cargo)", disse Berlusconi aos jornalistas.
"Há um acordo sobre isso. Meloni sugeriu Nordio, dizendo que ele é muito bom e talvez haja quem fique convencido de que ele é a escolha certa (...) Mas estou convencido de que a escolha certa é Casellati porque sei o que é preciso fazer para a reforma da justiça", afirmou o líder do Força Itália.
Casellati, de 76 anos, foi a primeira mulher em Itália Presidente da Câmara Alta quando foi eleita em 2018, e foi subsecretária da Saúde e da Justiça em governos anteriores.
Em 2022, foi candidata a Presidente pela coligação de centro-direita, mas os Irmãos de Itália nomearam Nordio e a divisão beneficiou Sergio Mattarella que acabou reeleito para um segundo mandato.
Alguns analistas italianos tinham dito que a FI não deveria ficar com o Ministério da Justiça devido a um alegado conflito de interesses decorrente dos antigos problemas legais do magnata dos media e antigo primeiro-ministro.
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