Conselho de Segurança da ONU reúne-se à porta fechada devido a 'drones'

O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje à tarde em Nova Iorque, a pedido dos membros ocidentais, devido à presença de 'drones' iranianos na guerra russa na Ucrânia, enquanto a União Europeia prepara sanções contra Teerão.

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Lusa
19/10/2022 18:41 ‧ 19/10/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Os Estados Unidos, França e o Reino Unido, membros permanentes do Conselho, exigiram uma sessão à porta fechada, depois de uma reunião do Conselho dedicada à Somália, a partir das 15:00 locais (20:00 de Lisboa), segundo diplomatas da ONU e norte-americanos.

Não é esperada qualquer decisão após a sessão.

Em Bruxelas, a diplomacia europeia anunciou hoje ter reunido "provas suficientes" que demonstram que os 'drones' (aeronaves não-tripuladas) utilizados pela Rússia contra a Ucrânia foram fornecidos pelo Irão e disse estar a preparar sanções e "uma resposta europeia clara, rápida e firme".

Uma lista de sanções foi submetida à aprovação dos Estados-membros do bloco europeu e é esperada uma decisão "durante esta semana", disse uma fonte diplomática.

A Força Aérea ucraniana indicou hoje ter destruído 223 'drones' iranianos desde meados de setembro.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado sublinhou que "o fornecimento pelo Irão à Rússia deste tipo específico [de 'drones'] constitui uma violação da resolução 2231 (de 2015) do Conselho de Segurança", uma questão que deve ser abordada.

Enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia dispõe de um direito de veto que lhe permite bloquear todas as resoluções apresentadas a votação e que sejam contrárias aos seus interesses.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 238.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: MNE de Madagáscar demitido após voto na ONU a condenar anexações russas

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