Vodka oferecida por Putin a Berlusconi viola sanções europeias

Um pacote de sanções da UE acordado em abril estendeu a proibição de importação de produtos russos para incluir destilados.

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Marta Amorim
20/10/2022 12:00 ‧ 20/10/2022 por Marta Amorim

Mundo

Rússia

As 20 garrafas de vodca enviadas ao italiano Silvio Berlusconi como presente de aniversário do presidente russo, Vladimir Putin, violam as sanções europeias impostas após a invasão da Ucrânia, disse a Comissão Europeia nesta quinta-feira, citada pela Reuters. 

O ex-primeiro-ministro Berlusconi - cujo partido Forza Italia deve ser membro do novo governo de coalizão da Itália - causou polémica nesta semana quando disse que voltou a ter contacto com Putin e recentemente trocou "cartas gentis" com ele.

"Depois de muito tempo, retomei um pouco as relações com o presidente Putin, que no meu aniversário [29 de setembro] me enviou 20 garrafas de vodka e uma carta muito gentil. Retorqui com garrafas de [vinho] Lambrusco e um menu igualmente suave", adiantou, numa cerimónia à porta fechada com militantes do Força Itália, segundo um áudio transmitido pela agência 'LaPresse'.

Um pacote de sanções da União Europeia acordado em abril estendeu a proibição de importação de produtos russos para incluir destilados, incluindo vodka, disse um porta-voz da Comissão em comunicado, acrescentando que não há isenção para presentes.

No entanto, cabe aos estados membros implementar as sanções, acrescentou, e não ficou claro se alguma ação seria tomada pelas autoridades italianas para prosseguir com o caso.

Berlusconi está a participar nas negociações para a formação do próximo Governo, junto dos seus parceiros de coligação de direita e extrema-direita, Matteo Salvini (Liga) e Giorgia Meloni (Irmãos de Itália), esta última vencedora das eleições legislativas de 25 de setembro.

Salvini é admirador de Putin há vários anos, e Berlusconi considera-se seu amigo, enquanto Meloni, provavelmente a próxima primeira-ministra, declarou a sua determinação em continuar a apoiar a resistência ucraniana.

Berlusconi já havia dado a sua opinião em várias ocasiões desde que o Kremlin invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, tendo gerado polémica.

Leia Também: "Tática de terra queimada" russa só reforça apoio a Kyiv, afirma Scholz

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