O detido, um nigeriano de 27 anos, fingia na internet ser fuzileiro naval dos EUA e conseguiu roubar mais de 835 mil euros a uma vítima de Alicante, Espanha.
Segundo a polícia, o dinheiro foi convertido em 'bitcoins' para ser retirado de Espanha e enviado para a Malásia e Indonésia, um método usado para defraudar mais de 20 pessoas de 10 países diferentes.
O nigeriano era o líder de uma rede criminosa, de acordo com a polícia, que classificou a detenção como uma das maiores no âmbito da luta contra a cibercriminalidade na União Europeia.
A operação incluiu ainda a detenção de outras 16 pessoas, 15 das quais em Palma de Maiorca, trabalhando como 'mulas' do líder para enviar o dinheiro para outros países.
A investigação começou em Alicante quando a principal vítima relatou ter perdido 835 mil euros devido a um caso amoroso, quantia que tinha enviado ao criminoso através de 75 transferências bancárias, dando-lhe todas as suas poupanças e pedindo até empréstimos pessoais.
A rede criminosa conquistava a confiança das vítimas através de perfis falsos em páginas de internet dedicadas a relações amorosas, fazendo-as acreditar que estavam a ter uma relação cibernética com um fuzileiro naval dos Estados Unidos estacionado no estrangeiro.
A principal vítima contou que acreditava que um dia formalizaria o caso amoroso depois de muitas videochamadas com o falso militar, que era apenas um ator, e de milhares de mensagens trocadas ao longo de anos.
Durante esse tempo, o falso fuzileiro usou todos os tipos de pretextos e desculpas para lhe pedir dinheiro, como pagamento de taxas, certificados, passagens aéreas, segurança ou subornos.
A vítima também enviou ao criminoso, através de uma empresa de entregas por correio, um pacote que continha uma grande quantia em dinheiro.
A polícia conseguiu, no entanto, rastrear o percurso do dinheiro da vítima durante meses, concluindo que estava a lidar com uma organização criminosa especializada em fraudes 'online' em toda a Europa.
Até agora foram localizadas cerca de 20 vítimas na Lituânia, Alemanha, Itália, Roménia, Luxemburgo, Finlândia, Polónia, Eslováquia, Croácia, além de Espanha, numa fraude que ultrapassa largamente um milhão de euros.
Um dos principais criminosos da rede foi detido no início de maio, em Málaga, até onde foi seguido o dinheiro de uma vítima na sequência de uma busca domiciliar onde foram apreendidos equipamentos informáticos que permitiram prosseguir com a investigação.
A investigação foi dada como concluída no início de outubro e levou ao desmantelamento completo da rede, com a detenção do líder da organização criminosa com sede em Maiorca, Espanha, e após várias rusgas a diferentes casas das ilhas Baleares.
Uma rusga em Málaga permitiu apreender uma grande quantidade de material informático, que vai ser agora analisado, podendo esclarecer um grande número de ciberfraudes cometidas em toda a União Europeia, concluiu a polícia.
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