"A União Europeia apoia a declaração do secretário-geral da ONU, António Guterres, neste momento de escala dramática da violência na Etiópia", escreveu Josep Borrell no Twitter.
Na declaração, o chefe da diplomacia europeia diz que "o número de vítimas e o nível de sofrimento humano é aterrador" e conclui que "é tempo de todos se juntarem no apoio à paz".
Na passada segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas pediu o fim das hostilidades, considerando que a situação está a ficar "incontrolável" e apelando em particular à "retirada imediata" das tropas eritreias.
"A situação na Etiópia está fora de controlo. A violência e a destruição estão a atingir níveis alarmantes", disse António Guterres à imprensa.
O secretário-geral sublinhou que "não há solução militar" para o conflito, destacando o "terrível preço pago pelos civis" e o "pesadelo" vivido pela população etíope.
Guterres destacou em particular os ataques "aleatórios" que matam civis "todos os dias", as centenas de milhares de pessoas deslocadas pela violência e os "relatos perturbadores de violência sexual e outros atos de brutalidade contra mulheres, crianças e homens".
Devido aos confrontos, a ajuda humanitária ao Tigray foi suspensa por sete semanas, frisou, pedindo a todas as partes que permitam a passagem das colunas com ajuda humanitária.
António Guterres também pediu a retoma "urgente" das negociações de paz.
O conflito na Etiópia estalou em novembro de 2020 após um ataque da Frente Popular de Libertação do Tigray à base principal do exército em Mekele, na sequência do qual Abiy Ahmed, primeiro-ministro etíope, ordenou uma ofensiva contra o grupo, após meses de tensões políticas e administrativas.
A TPLF acusa Abiy de alimentar tensões desde que chegou ao poder, em abril de 2018, quando se tornou o primeiro oromo a tomar posse. Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope (EPRDF), de base étnica.
O grupo opôs-se às reformas da Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.
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