Michket Slama Khaldi substitui Sihem Boughdiri Nemsia, segundo o mesmo comunicado, que não adianta mais pormenores e não faz qualquer menção à antiga ministra.
Imagens publicadas por volta da meia-noite (23:00 de quarta-feira em Lisboa) no portal da Presidência mostram a tomada de posse do novo governante do país fortemente endividado.
Até ao momento não foi referida qualquer razão oficial para o afastamento da ministra, mas, anteriormente, o Presidente Saied - que tem poderes governativos - visivelmente desagradado, tinha visitado vários ministérios, incluindo o Ministério das Finanças, exigindo responsabilidades.
A visita foi filmada e o filme difundido através do portal oficial da Presidência.
Nas instalações da comissão responsável pela confiscação de bens do Estado, criada após a queda do ditador Zine El Abidine Ben Ali, em 2011, o chefe de Estado afirmou que "o que está a acontecer não é normal".
"O povo tunisino precisa de dinheiro", acrescentou o Presidente, afirmando que o trabalho da comissão não estava a progredir.
"Estamos quase a voltar à estaca zero", disse, citado pela agência France Presse.
No Ministério das Finanças, o chefe de Estado repreendeu a ministra que foi demitida.
"Todos os funcionários devem sentir que têm uma missão, com a mentalidade (...) de um combatente na linha da frente", disse.
Michket Slama Khaldi foi anteriormente diretor da Comissão Nacional para a Reconciliação.
Este órgão, criado por Saied em 2022, prevê o arquivamento de processos judiciais contra os autores de crimes económicos em troca do pagamento de somas de dinheiro ou da realização de grandes projetos.
Em 2023 e 2024, a Tunísia registou uma escassez esporádica de produtos alimentares de base, como o leite, o açúcar, a sêmola e a farinha.
Recentemente, algumas regiões registaram uma escassez de gás engarrafado, muito utilizado para cozinhar e para o aquecimento nos meses de inverno.
Para 2025, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento de 1,6% para o país.
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