As autoridades britânicas e da NATO voltaram a negar, esta segunda-feira, as acusações russas sobre o planeamento de uma "bomba-suja" por parte das forças ucranianas, com o ministério da Defesa do Reino Unido a adiantar que manterá os canais diplomáticos abertos para "gerir o risco de erros de cálculo".
Num comunicado publicado no Twitter, o governo britânico conta que o almirante Tony Radakin, do ministério da Defesa, falou com o general do exército russo Vasilyevich Gerasimov, na qual o britânico "rejeitou as alegações russas de que a Ucrânia está a planear ações para escalar o conflito, e recordou o apoio britânico pela Ucrânia".
"Ambos os líderes militares concordaram na importância de manter os canais de comunicação abertos entre Reino Unido e Rússia, para gerir o risco de erros de cálculo e facilitar a paz", acrescentou o governo britânico.
A statement on the Chief of the Defence Staff’s call with the Russian Chief of the General Staff, General of the Army Valery Vasilyevich Gerasimov: pic.twitter.com/0OTbnTIoLv
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) October 24, 2022
Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, referiu no Twitter que conversou com os secretários da Defesa de Estados Unidos e Reino Unido, sobre as alegações do Kremlin.
"Os aliados da NATO rejeitam esta alegação. A Rússia não pode usar isto como pretexto para a escalada. Devemos mantermo-nos prontos no nosso apoio à Ucrânia", apelou Stoltenberg.
Spoke with 🇺🇸 @SecDef & 🇬🇧 @BWallaceMP about #Russia’s false claim that #Ukraine is preparing to use a dirty bomb on its own territory. #NATO Allies reject this allegation. Russia must not use it as a pretext for escalation. We remain steadfast in our support for Ukraine.
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) October 24, 2022
Nos últimos dias, Moscovo tem insistido na teoria de que a Ucrânia poderá usar uma "bomba suja", um ataque que incluíra material radiativo. Os aliados da NATO, contudo, avisam que este pode ser mais uma forma da Rússia arranjar um pretexto para ela própria usar armas químicas ou mesmo nucleares na guerra na Ucrânia.
Vários especialistas ocidentais têm alertado que as constantes retiradas russas, que têm surgido depois da contraofensiva ucraniana ter recuperado um enorme número de localidades e cidades no nordeste e no sul, poderá motivar Vladimir Putin e as autoridades em Moscovo a utilizar armas nucleares.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos dá conta de que já morreram mais de 6.300 pessoas na guerra, mas adverte que o número deverá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar as baixas civis em zonas tomadas ou sitiadas pelos russos.
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