"Seria estúpido" continuar a apostar nos combustíveis fósseis

O secretário-geral da ONU reforçou esta quarta-feira que "seria estúpido" continuar a apostar nos combustíveis fósseis que "levaram ao desastre" e sublinhou que, se o mundo tivesse investido nas energias renováveis, a atual crise energética teria sido evitada.

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Lusa
27/10/2022 06:20 ‧ 27/10/2022 por Lusa

Mundo

Clima

óbvio que se o mundo, e a Europa em particular, tivessem investido fortemente em energia renovável nos últimos 20 anos, não estaríamos a enfrentar a crise energética que estamos a viver e os preços do petróleo e do gás não seriam tão altos", sublinhou António Guterres, numa entrevista à estação BBC onde abordou a guerra na Ucrânia e as suas consequências, como a retoma da produção de certos combustíveis fósseis.

O diplomata português salientou que não existiu um "investimento suficiente em energias renováveis" e que agora o mundo está a "pagar o preço".

"O mais estúpido seria apostar no que nos levou ao desastre", reforçou o secretário-geral das Nações Unidas, que tem lembrado constantemente sobre a responsabilidade dos combustíveis fósseis no aquecimento global.

"Temos que aprender com o passado. Os investimentos em energias renováveis são absolutamente vitais", acrescentou, apelando novamente a uma tributação sobre os lucros extraordinários do setor de combustíveis fósseis.

A menos de duas semanas da abertura da conferência climática da ONU COP27 no Egito, Guterres pediu aos estados que façam mais na luta contra as alterações climáticas, para "inverter a tendência".

De acordo com a última avaliação da ONU-Clima, publicada na quarta-feira, os compromissos dos países signatários do acordo de Paris ainda estão "muito longe" do que seria necessário para esperar cumprir os objetivos da luta contra o aquecimento global.

Limitar o aquecimento global a mais 1,5 graus centígrados em comparação com a era pré-industrial "ainda é possível", realçou.

"Mas estamos prestes a perder essa possibilidade", alertou o responsável da ONU.

Leia Também: Resposta humanitária da ONU na Venezuela limitada por baixo financiamento

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