"O texto estava realmente pronto. (...) E, de repente, o lado ucraniano desapareceu do radar, disse que já não queria continuar as negociações", lamentou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, dizendo que o Presidente Vladimir Putin considerou óbvio que "tal rejeição dos acordos já acordados ocorreu claramente às ordens de Washington".
"É bastante óbvio", insistiu Peskov em declarações aos jornalistas.
Na quarta-feira, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, atual presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), tinha dito em Kiev que Vladimir Putin, com quem tinha estado no dia anterior, "tinha expressado a ideia de que estava pronto para negociar com o Presidente Volodymir Zelensky", da Ucrânia.
Questionado sobre estas declarações, Peskov assegurou que a Rússia está "pronta para garantir os seus interesses na mesa das negociações".
É isso que "queremos, mas neste caso especifico, estamos a falar de total relutância por parte da Ucrânia", lamentou, acrescentando que "não houve nenhuma mensagem específica" para a Presidência ucraniana.
Volodymyr Zelensky rapidamente descartou qualquer possibilidade de discussões com Moscovo, denunciando a "retórica preparada" de Vladimir Putin.
O líder ucraniano tinha já sido categórico quando afirmou, no final de setembro, que a Ucrânia não negociaria com a Rússia enquanto Vladimir Putin fosse Presidente.
As conversações entre Kiev e Moscovo estão paralisadas desde março, com ambos os lados a culparem-se mutuamente pelo impasse.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com apoio económico e militar à Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas sem precedentes.
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