As forças armadas russas realizam ataques contra a população civil e infraestruturas civis ucranianas, acusa Kyiv, e por isso o chefe de diplomacia da Ucrânia fez este apelo ao homologo iraniano durante uma conversa por telefone.
A informação sobre o contacto dos dois ministros foi avançada por Kuleba no seu perfil da rede social Twitter.
Esta conversa entre os dois representantes diplomáticos ocorre num contexto fortemente marcado pelas denúncias de Kyiv sobre o alegado fornecimento iraniano de aeronaves não tripuladas 'kamikaze' a Moscovo, posição que parte da comunidade internacional apontou também.
No início desta semana, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia encomendou "cerca de 2.000 'drones'" iranianos para apoiar a sua campanha de bombardeamentos na Ucrânia, tendo a utilização destes aparelhos como alvo sobretudo infraestruturas elétricas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 247.º dia, 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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