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Diretora do canal russo Dojd declarada "agente estrangeira" pelo Kremlin

A diretora-geral do canal Dojd, um dos poucos órgãos de comunicação independentes na Rússia, que vive no exílio há vários meses, foi declarada esta sexta-feira como "agente estrangeira" pelas autoridades russas, juntamente com outros dois jornalistas do grupo.

Diretora do canal russo Dojd declarada "agente estrangeira" pelo Kremlin
Notícias ao Minuto

23:21 - 28/10/22 por Lusa

Mundo Rússia

Natalia Sindeeva, Vladimir Romensky e Ekaterina Kotrikadze surgem na lista atualizada de personalidades classificadas como "agentes estrangeiros", publicada pelo Ministério da Justiça russo.

A sua inclusão na lista justifica-se oficialmente pelo "exercício de atividades políticas".

Crítico do Kremlin, Dojd ("A chuva", em russo) foi bloqueado no início de março, na sequência da ofensiva russa na Ucrânia, amplamente condenada pelos jornalistas deste canal.

No exílio na Letónia, país vizinho da Rússia que recebeu já vários meios de comunicação russos livres, o Dojd retomou a transmissão de Riga, capital desta nação do báltico, em meados de julho.

De acordo com a lista divulgada esta sexta-feira pelo Ministério da Justiça russo, o advogado Mikhail Beniach e o 'youtuber' Ivan Yakovina também foram declarados "agentes estrangeiros".

A Rússia tem implementado uma repressão sem precedentes desde o início da ofensiva na Ucrânia, com as autoridades a introduzirem uma lei que prevê até 15 anos de prisão para qualquer publicação de informações sobre o Exército consideradas falsas pelas autoridades.

A oposição russa encolheu nos últimos meses, com a maioria de seus membros agora no exílio ou na prisão.

Na quarta-feira, a jornalista e 'blogger' Ksenia Sobchak, filha do ex-mentor político do Presidente russo Vladimir Putin, anunciou que tinha encontrado refúgio na Lituânia, depois de ter denunciado um "ataque contra a sua equipa editorial" após ser alvo de um processo judicial por extorsão.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 247.º dia, 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Kremlin confirma cimeira tripartida de Putin com líderes arménio e azeri

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