"Documentos de inteligência disponíveis mostram que a CIA, em cooperação com serviços de inteligência aliados e representantes reacionários, antes do início da agitação, usou métodos (...) para lançar um motim a nível nacional no Irão com o objetivo de cometer crimes contra a grande nação", especificou.
Essas operações para "lançar as bases" e "intensificar as pressões externas" contra Teerão teriam sido realizadas "em estreita colaboração" com a inteligência britânica, os serviços secretos israelitas no estrangeiro e a inteligência saudita, além de vários outros países.
"Há várias informações confiáveis de que o planeamento e a execução operacional da maioria dos distúrbios foram feitos pela Mossad com os grupos terroristas mais poderosos", destacou em comunicado, recolhido pela agência de notícias IRNA.
Teerão acusou de forma severa Washington por incitar "descontentamento público" e instrumentalizar "eventos mundiais".
"O Governo terrorista dos Estados Unidos, após se desmoralizar em enfrentar a grande nação do Irão nas arenas militares e sancionar cruel e desumanamente [o país], investiu nos últimos anos numa rede maldosa de organizações cúmplices para interligar e influenciar setores sociais", realçou.
Da mesma forma, as principais redes sociais e aplicações de mensagens instantâneas -- tanto a Meta (dona do WhatsApp e do Instagram) quanto o Twitter -- violaram, segundo Teerão, todas as leis internacionais durante os distúrbios iranianos ao manipular "deliberadamente" algoritmos como uma "arma estratégica".
"Apenas entre 20 de setembro e 20 de outubro, mais de 50.000 novos utilizadores persas criaram identidades falsas no Twitter para trabalhar contra a República Islâmica do Irão", enfatizou, acrescentando que "o Twitter faz um grande esforço para ajudar a ampliar e destacar notícias falsas".
Em relação ao Instagram, a Inteligência iraniana expressou que "ao despertar as emoções da sociedade iraniana, especialmente dos jovens, o Instagram tentou criar desespero, aumentar o nível de violência e criar uma divisão social em diferentes camadas da sociedade".
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse hoje que está cada vez mais preocupada com o número de mortes registadas nos protestos no Irão e pediu às autoridades que abandonem o uso excessivo da força e que ouçam a reivindicação "legítimas" dos manifestantes.
"Condenamos todos os incidentes que resultaram na morte ou ferimentos graves de manifestantes e reiteramos que as forças de segurança devem evitar qualquer uso desnecessário ou desproporcional da força contra manifestantes pacíficos", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
Na sua conferência de imprensa diária, Dujarric pediu às autoridades iranianas que "respeitem os direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres e o direito de reunião pacífica, liberdade de expressão e liberdade de associação".
"Pedimos às autoridades que abordem as reivindicações legítimas da população, incluindo as relativas aos diretos das mulheres", acrescentou, considerando que esta crise "pode e deve ser resolvidas através do diálogo".
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