Putin apela a Kyiv para garantir a segurança dos navios no mar Negro

O Presidente russo pediu hoje à Ucrânia que garanta a segurança dos navios que usam o corredor de exportação de cereais, acusando-o de ser uma "ameaça" após a frota do Kremlin ter sido atacada na Crimeia no sábado.

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Lusa
31/10/2022 21:27 ‧ 31/10/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"A Ucrânia deve garantir que não haverá ameaça à segurança dos navios civis. (...) Este ataque foi lançado pela Ucrânia contra os navios da frota do mar Negro... Criaram um perigo para os nossos navios e navios civis", disse Vladimir Putin, numa conferência de imprensa, acusando Kyiv de utilizar o corredor de cereais para realizar o ataque.

Enfatizando que a Rússia não abandonou o acordo sobre as exportações de cereais, mas o "suspendeu", Putin acrescentou que se trata de uma "ameaça" para os navios russos e civis.

O acordo assinado em julho sob égide da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Turquia permitiu a exportação de milhões de toneladas nos portos ucranianos desde o início da ofensiva russa em 24 de fevereiro.

No sábado, a Rússia acusou a Ucrânia de atingir a sua frota na baía de Sebastopol, na Crimeia, com drones aéreos e submarinos.

O Kremlin assegurou que a operação foi planeada com o apoio de especialistas britânicos.

A Ucrânia denunciou um "falso pretexto" para a suspensão do acordo de cereais, enquanto Londres negou qualquer participação no ataque.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Kyiv acusa Rússia de novos ataques contra setor de energia

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