"A Ucrânia deve garantir que não haverá ameaça à segurança dos navios civis. (...) Este ataque foi lançado pela Ucrânia contra os navios da frota do mar Negro... Criaram um perigo para os nossos navios e navios civis", disse Vladimir Putin, numa conferência de imprensa, acusando Kyiv de utilizar o corredor de cereais para realizar o ataque.
Enfatizando que a Rússia não abandonou o acordo sobre as exportações de cereais, mas o "suspendeu", Putin acrescentou que se trata de uma "ameaça" para os navios russos e civis.
O acordo assinado em julho sob égide da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Turquia permitiu a exportação de milhões de toneladas nos portos ucranianos desde o início da ofensiva russa em 24 de fevereiro.
No sábado, a Rússia acusou a Ucrânia de atingir a sua frota na baía de Sebastopol, na Crimeia, com drones aéreos e submarinos.
O Kremlin assegurou que a operação foi planeada com o apoio de especialistas britânicos.
A Ucrânia denunciou um "falso pretexto" para a suspensão do acordo de cereais, enquanto Londres negou qualquer participação no ataque.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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