Coreia do Norte avisa EUA para resposta "poderosa" a exercícios militares
A Coreia do Norte criticou hoje os EUA por expandir exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, que alega serem práticas para uma possível invasão e advertiu para o uso de "medidas de acompanhamento mais poderosas" como resposta.
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Mundo Coreia do Norte
As declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte surgem numa altura em que os norte-americanos e a Coreia do Sul realizam exercícios aéreos envolvendo mais de 200 aviões de guerra, incluindo os seus avançados caças F35.
Estes países têm intensificado a sua postura de defesa perante o aumento dos testes de armas da Coreia do Norte e da crescente ameaça nuclear, noticiou a agência Associated Press (AP).
Por um lado, a Coreia do Norte aumentou as suas demonstrações de armas para um número recorde este ano, lançando mais de 40 mísseis balísticos, incluindo mísseis balísticos intercontinentais de desenvolvimento e um míssil de alcance intermédio disparado sobre o Japão.
Por outro, os EUA e a Coreia do Sul retomaram exercícios militares em larga escala este ano depois de reduzi-los ou suspendê-los nos últimos anos como parte dos esforços para criar espaço diplomático com Pyongyang e por causa da pandemia de covid-19.
Os exercícios da Força Aérea "Vigilant Storm" dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que devem continuar até sexta-feira, ocorreram depois de Seul ter completado os seus exercícios anuais de campo "Hoguk" de 12 dias, que, segundo autoridades, também envolveram um número não especificado de tropas norte-americanas.
A última declaração da Coreia do Norte surge também poucos dias depois do país ter disparado dois mísseis balísticos de curto alcance no mar, estendendo um já elevado número de lançamentos desde o final de setembro.
Alguns destes lançamentos foram descritos pelo Norte como ataques nucleares simulados contra alvos sul-coreanos e norte-americanos.
Para alguns especialistas, Pyongyang também usou os exercícios como uma oportunidade para testar novos sistemas de armas, aumentar a sua capacidade nuclear e aumentar a sua influência em futuras negociações com Washington e Seul.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte referiu ainda no comunicado que os exercícios militares com o Sul expuseram os Estados Unidos como o "principal culpado por destruir a paz e a segurança".
E assegurou que o Norte está pronto para tomar "todas as medidas necessárias" para se defender contra ameaças militares externas.
"Se os EUA persistirem continuamente nas graves provocações militares, a RPDC levará em conta medidas de acompanhamento mais poderosas", pode ler-se na declaração, sem especificar quais seriam essas medidas.
Autoridades sul-coreanas alertaram que a fasquia dos testes norte-coreanos pode ser elevada nas próximas semanas, com a detonação do seu primeiro dispositivo de teste nuclear desde setembro de 2017, o que pode levar o país a dar mais um passo para o seu objetivo de construir um arsenal nuclear completo, capaz de ameaçar aliados regionais dos EUA e o continente americano.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte também disparou centenas de projéteis em zonas marítimas intercoreanas que as duas Coreias estabeleceram em 2018, para reduzir as tensões militares na linha de frente.
A Coreia do Norte referiu que o disparo foi uma reação aos exercícios de fogo real da Coreia do Sul em áreas da fronteira terrestre.
As Coreias trocaram esta segunda-feira tiros de advertência ao longo da sua disputada fronteira marítima ocidental, que no passado foi palco de derramamento de sangue e batalhas navais, enquanto se acusavam mutuamente de violar a fronteira.
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