"Apenas a vitória da Rússia será uma garantia contra um conflito mundial"

Na ótica do ex-presidente russo, os países ocidentais estão a "empurrar o mundo para uma guerra global", que apenas poderá ser impedida com a vitória de Moscovo.

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Notícias ao Minuto
02/11/2022 10:49 ‧ 02/11/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

O antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, considerou, na terça-feira, que os países ocidentais estão a “empurrar o mundo para uma guerra global”, apontando que “apenas a vitória da Rússia” no conflito com a Ucrânia poderá prevenir esse desfecho.

“Uma tese bem conhecida dos países ocidentais: ‘Não se pode permitir que a Rússia ganhe a guerra’. O que significa isso realmente? Siga a lógica”, começou por expor o responsável, na rede social Telegram, apontando que a rejeição da Rússia por parte da Ucrânia “é uma ameaça à existência” daquele país.

“Se a Rússia não vencer, então, aparentemente, vence a Ucrânia. O objetivo da Ucrânia na guerra foi nomeado pelo regime de Kyiv - o retorno de todos os territórios que anteriormente lhe pertenciam. Ou seja, a sua rejeição da Rússia. Esta é uma ameaça à existência do nosso estado e [levará] ao colapso da Rússia de hoje”, continuou.

Na sua ótica, esta “rejeição” justifica a aplicação da “cláusula 19 dos Fundamentos da Política de Estado da Federação Russa no campo da dissuasão nuclear”, uma vez que “os países ocidentais estão a empurrar o mundo para uma guerra global”.

Quem, então, planeia um conflito nuclear? O que é isso senão uma provocação direta de uma guerra mundial com o uso de armas nucleares? Vamos chamar as coisas pelos nomes”, lançou, acusando que “os países ocidentais estão a empurrar o mundo para uma guerra global”.

“Apenas a vitória completa e final da Rússia será uma garantia contra o conflito mundial”, rematou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classificou esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Medvedev faz sugestão a Elon Musk: "Desista do Starlink na Ucrânia"

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