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Etiópia. ONU louva fim das hostilidades que tiveram "custo devastador"

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, louvou hoje a cessação permanente das hostilidades entre o Governo da Etiópia e as autoridades rebeldes da região do Tigray, lamentando o "custo humano devastador" do conflito.

Etiópia. ONU louva fim das hostilidades que tiveram "custo devastador"
Notícias ao Minuto

17:05 - 03/11/22 por Lusa

Mundo António Guterres

Numa declaração à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres saudou ainda o painel de alto nível da União Africana pelo seu trabalho na facilitação deste acordo de paz, considerando que esta foi uma "demonstração do poder do multilateralismo e do valor da diplomacia discreta, mas determinada".

"É um primeiro passo crítico que abre caminho para a entrega desimpedida de ajuda humanitária que salva vidas e para a retoma dos serviços públicos. O custo humano deste conflito foi devastador", observou.

O líder das Nações Unidas exortou ainda todos os etíopes a "aproveitar esta oportunidade para a paz" e prometeu o total apoio da organização.

O Governo etíope e a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) emitiram na quarta-feira uma declaração na qual se comprometeram a implementar "medidas transitórias" para restaurar a ordem constitucional na região norte do Tigray, bem como a desenvolver um quadro para a resolução de diferenças políticas e outro para assegurar a responsabilização.

O conflito em Tigray estalou em novembro de 2020 após um ataque da TPLF à base principal do exército em Mekelle, na sequência do qual o Governo de Abiy Ahmed ordenou uma ofensiva contra o grupo após meses de tensões políticas e administrativas.

A TPLF acusa Ahmed de alimentar tensões desde que chegou ao poder em abril de 2018, quando se tornou o primeiro Oromo a tomar posse. Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope (EPRDF), de base étnica.

O grupo opôs-se às reformas da Ahmed, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.

Leia Também: Guterres alerta para recuos na construção da paz em África

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