Conclusão da AIEA é uma "evidência clara" de que não havia 'bomba suja'
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que a conclusão "óbvia" da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) representa a "evidência clara e irrefutável" de que não houve preparativos para uma "bomba suja" na Ucrânia.
© Reuters
Mundo Volodymyr Zelensky
"Demos total liberdade de ação" à missão da AIEA e após a sua conclusão, "temos provas claras e irrefutáveis de que ninguém na Ucrânia criou ou está em processo de fabricação de bombas sujas", afirmou o chefe de Estado ucraniano no seu habitual discurso noturno.
A AIEA disse hoje não ter detetado "qualquer sinal de atividades nucleares não declaradas" em três locais inspecionados a pedido de Kyiv, que Moscovo acusa de apagar provas de preparação de uma 'bomba suja'.
"A nossa avaliação técnica e científica dos resultados que temos até agora não mostrou sinais de atividades nucleares ou de material não declarado nestes três locais", afirmou o chefe da AIEA, Rafael Grossi, em comunicado.
Nos últimos dias, peritos da agência da ONU para o nuclear realizaram e concluíram, "atividades de verificação no terreno em três locais da Ucrânia, a pedido do Governo deste país", lembrou.
Segundo Grossi, os inspetores puderam realizar "todas as atividades que a AIEA tinha planeado e tiveram acesso ilimitado aos locais".
"Com base na avaliação dos resultados disponíveis até à data e nas informações fornecidas pela Ucrânia, a agência não encontrou indícios de atividades e materiais nucleares não declarados nos locais", sublinhou o diretor-geral.
A AIEA vai, "o mais rapidamente possível", reportar "sobre os resultados da amostragem ambiental", adiantou Grossi.
Estas inspeções por especialistas da agência nuclear da ONU foram solicitadas pelo Governo ucraniano, depois de Moscovo ter acusado repetidamente Kyiv de construir uma 'bomba suja' atómica em dois locais.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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