"Na COP27, que terá início este fim de semana em Sharm el-Sheikh, a Comissão apelará a todas as partes para que tomem medidas urgentes para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e que respeitem os compromissos que assumiram no âmbito do Acordo de Paris e do Pacto Climático de Glasgow, adotado no ano passado na COP26", salienta o executivo comunitário num comunicado hoje divulgado.
A instituição salienta que, no evento que arranca no domingo, "a equipa de negociação da Comissão irá insistir na implementação dos compromissos existentes para passar das palavras ambiciosas às ações concretas".
"Quanto à adaptação às alterações climáticas, a UE está empenhada em alcançar progressos claros no sentido do Objetivo Global de Adaptação", estabelecido em 2015 no âmbito do Acordo de Paris em resposta aos apelos dos países em desenvolvimento, acrescenta a Comissão Europeia.
Além disso, "trabalharemos com os países desenvolvidos para assegurar que dupliquem o financiamento da adaptação até 2025, em comparação com os níveis de 2019, e que aumentem as contribuições de financiamento climático para cumprir a meta anual de 100 mil milhões de dólares (o equivalente a 102 mil milhões de dólares) para a qual a UE contribuiu com 23,04 mil milhões de euros em 2021, uma contribuição constante e de longe a maior contribuição", adianta a instituição.
Na ocasião, o executivo comunitário estará representado, entre segunda e terça-feira, pela presidente da instituição, Ursula von der Leyen, que inaugura oficialmente a COP27, juntando-se depois o vice-presidente executivo com a pasta do Pacto Ecológico Europeu, Frans Timmermans, que irá liderar a equipa de negociação da UE.
Os comissários europeus da Energia, Kadri Simson, do Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Virginijus Sinkevicius, e da Agricultura, Janusz Wojciechowski participarão também em eventos na COP27.
Ao abrigo do Acordo de Paris de 2015, um total de 194 países concordaram em apresentar metas individuais de redução de emissões para, coletivamente, contribuir para manter a temperatura média global abaixo dos 2°C e tão próxima quanto possível de 1,5°C até ao final do século.
Os especialistas das Nações Unidas advertiram que o mundo deverá atingir o nível de 1,5ºC dentro das próximas duas décadas e que só com cortes imediatos e acentuados nas emissões de carbono será possível evitar um desastre ambiental.
Afirmando-se como líder mundial na ação climática, a UE já reduziu as suas emissões de gases com efeito de estufa em mais de um quarto desde 1990, pretendendo, com o Pacto Ecológico Europeu apresentado em dezembro de 2019, atingir a neutralidade climática até 2050.
Em 2021, a UE apresentou um pacote de propostas para reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55% até 2030.
Decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais reúnem-se entre 06 e 18 de novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito, na 27.ª cimeira da ONU sobre alterações climáticas, para tentar travar o aquecimento do planeta, limitando o aquecimento global a 2ºC (graus celsius), e se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial.
Líderes como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já confirmaram que vão estar presentes, e o Governo português vai ser representado pelo primeiro-ministro, António Costa.
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