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Paquistão. Violentos confrontos em manifestação de apoio a ex-líder

Milhares de simpatizantes do antigo primeiro-ministro paquistanês Imran Khan envolveram-se, esta sexta-feira, em violentos confrontos com a polícia, após a alegada tentativa de assassínio, quinta-feira, do também líder do partido paquistanês Tehree-e-Insaf (PTI).

Notícias ao Minuto

16:35 - 04/11/22 por Lusa

Mundo Paquistão

Segundo a Europa Press, fontes do PTI confirmaram o início de marchas de protesto nas principais cidades do país, como Islamabade, Carachi, Lahore, Queta, Peshawar, Malakand, Rajanpur, Bahawalnagar e Kohat, entre outras, que terminam em confrontos com maior ou menor intensidade com as forças de segurança.

Até agora, a polícia de Islamabade disparou granadas de gás lacrimogéneo intermitentemente para dispersar os manifestantes na capital, enquanto o tráfego em Rawalpindi -- controlado pela Liga Muçulmana do Paquistão, aliada do PTI -- está parcialmente paralisado e a sede da província de Lahore foi bloqueada durante horas por um protesto, de acordo com relatos da imprensa paquistanesa.

Nas mais recentes mensagens na rede social Twitter, a polícia de Islamabade acusou partidários do PTI e do ex-primeiro-ministro de "bloquear o tráfego" na capital e pediu aos participantes para que se abstenham de incendiar veículos.

Numa mensagem ao país, Khan acusou, esta sexta-feira, o atual primeiro-ministro Shehbaz Sharif, o ministro do Interior, Rana Sanaullah, e um alto oficial militar de planear o assassínio, que já rejeitaram qualquer envolvimento no incidente.

"Os três decidiram matar-me", disse Khan num discurso televisionado no canal do PTI no Youtube a partir da cama do hospital em Lahore (leste), naquela que foi a primeira vez que surgiu em público após o atentado.

Khan, que, em abril, se tornou o primeiro líder paquistanês a ser derrubado através de uma moção de censura no Parlamento, foi impedido pela comissão eleitoral nacional, em fins de outubro, de se apresentar como candidato à chefia do governo nas próximas eleições por não ter declarado o dinheiro da venda de presentes oferecidos por líderes internacionais quando estava a comandar o executivo.

O afastamento o cargo, que Khan atribuiu, sem apresentar provas, a uma suposta "conspiração internacional" liderada pelos Estados Unidos, foi precedida por uma crescente tensão política marcada por escândalos financeiros.

Khan e outras quatro pessoas ficaram feridas após um atirador atingir a tiro o veículo em que seguiam no leste do Paquistão, quando o ex-primeiro-ministro liderava uma marcha de protesto contra o atual governo.

O aparente autor dos disparos, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP) foi, entretanto, abatido, enquanto uma segunda pessoa, que alegadamente estaria com o atirador, foi detida pela polícia paquistanesa.

Raoof Hassan, conselheiro do líder do PTI, indicou tratar-se de uma tentativa de assassínio" de Khan que, desde há uma semana, lidera uma "longa marcha" iniciada em Lahore e com destino à capital Islamabade para exigir a realização de eleições antecipadas.

O ataque aconteceu no distrito de Wazirabad, na província oriental de Punjab.

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