Na segunda-feira, o Governo dos Estados Unidos anunciou que enviaria observadores em 64 jurisdições de 24 estados do país, incluindo vários condados na Florida, para acompanhar o desenrolar das eleições intercalares e para garantir que o direito de voto é cumprido.
Hoje, num comunicado divulgado pelos 'media' norte-americanos, o governo regional do Republicano Ron DeSantis -- que é uma das figuras mais proeminentes do Partido Republicano e procura a reeleição como governador, cargo que ocupa desde 2019 - disse que o envolvimento das autoridades federais seria "contraproducente" e violaria a lei do estado.
O governo estadual informou ainda que vai enviar os seus próprios observadores aos três condados onde as autoridades federais se propunham fazer a monitorização do processo eleitoral.
"Os estatutos da Florida determinam a lista das pessoas que podem entrar nas salas de votação. E os observadores do Departamento de Justiça não estão nessa lista", explicou Brad McVay, conselheiro-chefe do departamento do estado da Florida, no comunicado.
McVay lembrou que nenhum daqueles três condados está sob suspeita de violar as regras eleitorais, pelo que o governo estadual não compreende a necessidade de presença de agentes federais nas mesas de voto.
Na passada sexta-feira, também o governo estadual Republicano do Missouri tinha anunciado que não permitiria funcionários do Departamento de Justiça junto das mesas de voto, depois de o Governo federal ter anunciado uma "inspeção de rotina" junto de alguns condados, para verificar as condições de voto de pessoas com deficiências.
Desde que a Lei dos Direitos de Voto foi promulgada em 1965, o Gabinete de Direitos Civis tem monitorizado as eleições em jurisdições de todo o país, para proteger os direitos dos eleitores e o cumprimento das leis eleitorais federais.
As eleições intercalares norte-americanas que hoje se realizam determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.
Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.
As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.
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