A Ucrânia recolheu milhares de relatos de crianças a serem deportadas para a Rússia e quer que a situação seja abordada na cimeira do G20, disse o chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, esta terça-feira.
"A Federação Russa continua a cometer crimes em relação a crianças ucranianas", disse Andriy Yermak numa reunião que presidiu com um grupo de funcionários responsáveis pela proteção infantil, citado pela Reuters. "A remoção de crianças continua", acrescentou.
O enviado norte-americano das Nações Unidas já tinha revelado, no início de setembro, que mais de 1.800 crianças tinham sido transferidas das zonas ucranianas controladas pela Rússia, só durante o mês de julho. A Ucrânia pretende que essas deportações sejam investigadas como um crime de guerra.
Uma declaração feita pelo gabinete de Zelensky dá conta de que 10.500 crianças foram deportadas ou deslocadas à força. O ministro da Ucrânia responsável pela reintegração dos territórios ocupados pela Rússia observou, na reunião, que apenas 96 crianças foram devolvidas.
Yermak referiu que a Ucrânia poderia contar com a ajuda da ONU, mas reafirmou a falta de confiança do país na ajuda do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV). "Infelizmente, devido à posição muito passiva das organizações internacionais, em particular do CICV, neste momento não conseguimos determinar o número exato e onde estão as nossas crianças", elaborou.
A cimeira do G20 decorre de 15 a 16 de novembro na Indonésia e Zelensky deve participar, provavelmente remotamente.
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