A porta-voz do Comando Sul do exército ucraniano, Nataliya Gumenyuk, afirmou, esta quarta-feira, que toda a informação “tem de ser analisada de forma crítica”. Em causa está o facto de o ministro da Defesa russo ter ordenado a retirada das tropas de Kherson.
“Já dissemos várias vezes e repetiremos novamente: toda a informação tem de ser analisada de forma crítica” especialmente quando provém “das autoridades militares e políticas do país agressor” disse, citada pela CNN Internacional.
“A nossa operação de defesa está em curso, cujo processo não comentamos, mantendo o 'modo de silêncio dos meios de comunicação social', a fim de podermos realizar os objetivos estratégicos. Entretanto, o inimigo comenta cada um dos seus passos. Para que é que isto é feito?" questionou.
A responsável afirmou ainda que não será “excluída a provocação” e que “as palavras não coincidem com as ações”. “Continuamos a operação de defesa e as ações contraofensivas que foram planeadas anteriormente. Pedimos a todos que sejam pacientes para revelarmos os resultados da nossa operação”, disse.
Também o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, se mostrou reticente quanto ao anúncio do ministro russo, tendo afirmado que não há “sinais de que a Rússia vá deixar Kherson sem lutar”.
A agência de notícias russa TASS revelou que o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, ordenou a retirada das tropas russas de Kherson, que deverão agora fixar-se na margem esquerda do rio Dnipro.
“Comecem a retirada de tropas e tomem todas as medidas que garantam uma travessia segura de pessoal, armas e equipamento”, afirmou Shoigu, citado pela TASS.
O ministro foi informado esta quarta-feira pelos comandantes militares no terreno de que era impossível abastecer com mantimentos a cidade de Kherson e outras áreas da margem ocidental do rio Dnipro, tendo Shoigu concordado com a proposta de recuo das tropas para a margem leste.
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