Biden diz que faltou 'onda vermelha'. "Um bom dia para a democracia"

O presidente norte-americano comentou pela primeira vez as eleições intercalares, depois de uma noite em que o seu partido, os democratas, superou as expectativas.

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Hélio Carvalho
09/11/2022 21:38 ‧ 09/11/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Midterms

O presidente Joe Biden comentou pela primeira vez os resultados das eleições intercalares esta quarta-feira. Biden considerou que a "onda vermelha" prevista para os republicanos não se concretizou e recordou que a inflação - um tema que foi insistindo ao longo da campanha - continua a magoar o povo norte-americano.

Numa conferência de imprensa transmitida a partir da Casa Branca, Joe Biden começou por declarar que as eleições foram "um bom dia para a democracia", depois de umas 'Midterms' em que o Partido Democrata superou as expectativas de uma noite negativa.

"O povo norte-americano falou, e demonstrou que nós somos democráticos", afirmou, realçando que o processo decorreu "sem qualquer interferência".

Biden também referiu que "embora a imprensa e os comentadores previssem uma onda vermelha, tal não aconteceu", apontando que os democratas perderem "menos lugares na Câmara dos Representantes do que em qualquer outra eleição intercalar, a meio de um mandato de um presidente democrata nos últimos 40 anos".

O presidente abordou de algum modo a composição do próximo Congresso que, sendo controlado pelos republicanos na Câmara, poderá dificultar qualquer medida legislativa proposta pelos democratas. Biden garantiu que está "preparado para trabalhar com os colegas republicanos e o povo norte-americano deixou claro que esperam que os republicanos estejam preparados para trabalhar" com o líder, especialmente no que diz respeito ao combate às alterações climáticas.

A situação na Ucrânia também foi mencionada no discurso - a dimensão do apoio dos Estados Unidos ao país em guerra com a Rússia foi um dos tópicos da corrida, já que os ucranianos receiam que um Congresso conservador se mostre mais relutante em enviar apoio militar.

"No que diz respeito à política estrangeira, espero que continuemos a ter uma abordagem bipartidária no confronto à agressão russa na Ucrânia", clarificou Biden.

De momento, o Partido Democrata tem 48 senadores, assim como os republicanos. Os democratas conseguiram conquistar o importante lugar de senador no Pensilvânia, através de John Fetterman, e seguraram lugares importantes no seu caminho para reter o Senado. Mas, na Câmara dos Representantes, a direita liderada por Kevin McCarthy já cantou vitória - McCarthy anunciou que seria o líder da maioria, embora se espera que seja uma maioria parlamentar muito curta e flexível.

Biden mostrou-se confiante, contudo, que os democratas ainda consigam ficar com o controlo da Câmara dos Representantes, à medida que milhares de votos continuam a ser contados. "É uma situação mutável e vai ficar muito próximo", considerou.

Apesar de sondagens realizadas à boca das urnas terem revelado que o eleitorado está, no geral, descontente com a prestação do presidente (mesmo que muitos tenham votado nos democratas na mesma), Joe Biden garantiu que não vai mudar o rumo que quer para o país e para a economia, nem pensa que os resultados afetem o seu futuro na Casa Branca.

"A nossa intenção é concorrer outra vez. Essa tem sido a nossa intenção, independentemente do resultado desta eleição", disse, mas não deixou de clarificar que "não tem pressa", já que "ultimamente é uma decisão familiar".

[Notícia atualizada às 21h49]

Leia Também: Eleições nos EUA. Ainda está tudo em aberto para o controlo do Senado

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