"Qualquer utilização de uma arma nuclear pela Rússia seria um ato de hostilidade contra a humanidade", disseram os líderes dos três países numa declaração conjunta após um encontro em Phnom Penh.
Na reunião, realizada à margem da cimeira da Ásia Oriental, participaram os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
Segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca, os três líderes afirmaram que a Rússia não deve utilizar uma arma nuclear "em circunstância alguma" e condenaram Moscovo por usar essa ameaça para "coagir e intimidar".
Disseram partilhar a "determinação de assegurar que tais atos nunca sejam perpetrados em lugar algum, incluindo no Indo-Pacífico".
Rejeitaram também "as falsas alegações da Rússia de que a Ucrânia está a preparar uma 'bomba suja' radiológica".
Biden, Yoon e Kishida afirmaram que continuarão do lado da Ucrânia "contra a guerra de agressão não provocada e brutal da Rússia", que, segundo eles, "abalou os alicerces da ordem internacional".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, mergulhando a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1930-1945).
Além de baixas por determinar e a destruição de muitas zonas da Ucrânia, a guerra e as sanções impostas à Rússia perturbaram a economia a nível global, particularmente os setores da energia e alimentar.
Esta crise ocorre numa altura em que a economia mundial ainda está a tentar recuperar das perturbações causadas pela pandemia de covid-19.
Os aliados ocidentais têm fornecido armamento à Ucrânia, cujas tropas lançaram recentemente uma contraofensiva que lhes permitiu reconquistar zonas sob controlo russo, incluindo parte da região de Kherson, no sul.
Moscovo anexou Kherson em 30 de setembro, juntamente com Zaporijia (sudeste), Donetsk e Lugansk (leste), depois de ter incorporado a península ucraniana da Crimeia na Federação Russa, em 2014.
"As ameaças à integridade territorial e à soberania minam o tecido de toda a ordem internacional", disseram os líderes norte-americano, sul-coreano e japonês.
Biden, Yoon e Kishida condenaram os "ataques indiscriminados da Rússia contra civis e infraestruturas civis" e apelaram para a "restauração imediata da integridade territorial e da soberania da Ucrânia".
A cimeira da Ásia Oriental juntou na capital do Camboja os 10 países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e Austrália, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Japão, Nova Zelândia, Rússia e União Europeia.
A ASEAN é formada por Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar (antiga Birmânia), Singapura, Tailândia e Vietname.
A Rússia fez-se representar nesta cimeira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.
O encontro, realizado à margem da cimeira da ASEAN, terminou sem um comunicado conjunto por falta de consenso sobre as referências à guerra na Ucrânia, segundo Lavrov.
O ministro russo chegou, entretanto, a ilha indonésia de Bali para participar na cimeira do grupo das 20 economias mais desenvolvidas, na terça e quarta-feira.
A cimeira do G20 deverá motivar intensos contactos diplomáticos em Bali, incluindo um encontro entre Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na segunda-feira.
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