Kremlin quer tirar passaporte a cidadãos que critiquem a guerra

Medida será reação a retirada em Kherson.

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Notícias ao Minuto
13/11/2022 16:12 ‧ 13/11/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, vai propor uma medida que permitirá que as autoridades do país retirem o passaporte a cidadãos que não nasceram na Rússia, por críticas ao governo e à guerra na Ucrânia.

Segundo a agência de notícias independente russa Meduza, citada pela Sky News, a notícia surge depois da retirada dos russos de Kherson, com o Kremlin a querer apontar o dedo a cidadãos ucranianos que receberam passaportes russos durante a ocupação.

A Meduza diz que a medida quer criminalizar a "descredibilização do exército russo, espalhar notícias falsas e participar em atividades de organização indesejável".

Esta não é a primeira vez que o governo de Putin tenta oprimir a liberdade de expressão devido à invasão na Ucrânia.

Desde antes do início da guerra que a Rússia restringe a liberdade de imprensa no país mas, após ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro, a opressão do Kremlin intensificou-se. Vários órgãos de comunicação independentes foram encerrados e jornalistas que protestem contra a guerra, ou que escrevam algo que vá de encontro à propaganda do regime, são detidos.

Os jornalistas estão mesmo proibidos de proferir a palavra "guerra", já que a Rússia considera a invasão como uma "operação militar especial". E, na população civil, protestos a pedir uma solução pacífica têm resultado na detenção de centenas de pessoas.

A pena para quem desrespeita estas leis pode atingir os 15 anos de prisão, mas jornalistas têm sido acusados de crimes de espionagem, apanhando com penas ainda maiores.

A guerra na Ucrânia já fez 6.490 mortos e 9.972 feridos entre a população civil, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar o número de mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos.

Leia Também: Situação humanitária de Kherson é "grave". Não há água, pão ou remédios

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