Marinheiros indianos detidos na Guiné Equatorial pedem ajuda

Os 16 marinheiros de um petroleiro indiano que estão detidos na Guiné Equatorial têm-se desdobrado em pedidos de ajuda para serem libertados e mostram um enorme receio de ser entregues às autoridades da Nigéria.

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Lusa
14/11/2022 11:34 ‧ 14/11/2022 por Lusa

Mundo

Guiné Equatorial

"Estamos presos no nosso navio na Guiné Equatorial e estamos a ser entregues ilegalmente às autoridades da Nigéria", diz o capitão do navio, Mehta, num vídeo divulgado pelos jornais indianos.

O petroleiro MT Heroic Idun chegou a um porto na Nigéria a 14 de agosto, mas as autoridades portuárias disseram não ter registo da chegada do navio, que é propriedade da norueguesa OS Maritime Group, e estava neste país africano numa rota para recolher petróleo e depois seguir para a Guiné Equatorial, onde iria também recolher petróleo para entregar depois em Roterdão, nos Países Baixos.

No entanto, ao rumarem para a Guiné Equatorial, foram seguidos por uma embarcação nigeriana, que terá alertado as autoridades equatoguineenses, e foram detidos ao chegar ao país lusófono, havendo 15 marinheiros que foram levados para terra e outros 16 que permaneceram no navio.

"As autoridades fizeram uma inspeção ao navio, a todas as partes da embarcação, e não encontraram petróleo nenhum", diz o comandante Mehta num vídeo, no qual afirma que não houve violência das autoridades, simplesmente a obrigação de permanecer no navio desde agosto, e sem condições de segurança sanitária.

O comandante disse estar com malária e afirmou que vários outros elementos da tripulação estão doentes e receosos de serem entregues às autoridades nigerianas, que noutras situações terão abusado de tripulações de navios petrolíferos.

"O navio e os seus 26 tripulantes de várias nacionalidades foram detidos na Guiné Equatorial há mais de 80 dias", disse o diretor executivo da OS Maritime Group, Finn Amund Norbye, criticando: "Foram tratados como criminosos, sem qualquer acusação formal ou processo legal há quase três anos, é nada mais nada menos que uma chocante injustiça marítima".

Os vídeos e telefonemas para a Índia motivaram a intervenção do governo indiano, que diz estar a fazer os possíveis para tentar que os marinheiros regressem a casa.

"O ministro dos Negócios Estrangeiros está a monitorizar a situação regularmente, as famílias não precisam de se preocupar", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, V Muraleedharan, acrescentando: "Os nossos esforços estão direcionados para trazer os marinheiros para casa em segurança".

Leia Também: Opositores detidos na Guiné Equatorial denunciam espancamentos e tortura

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