"Apoiamos e aguardamos com expectativa o reinício das conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia", disse Xi, segundo o relato do encontro divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
A China também espera que os Estados Unidos, a União Europeia e a NATO "conduzam diálogos abrangentes com a Rússia".
Xi disse a Biden que "conflitos e guerras não produzem nenhum vencedor" e defendeu que "não existe uma solução simples para uma questão complexa".
Os dois presidentes reuniram-se durante mais de três horas na ilha indonésia de Bali, à margem da cimeira do G20, o grupo das economias mais desenvolvidas e emergentes.
Segundo o relato do encontro divulgado pela Casa Branca, citado pela agência espanhola EFE, Xi e Biden concordaram em rejeitar a utilização de armas nucleares na guerra na Ucrânia, como a Rússia tem ameaçado.
No entanto, o comunicado chinês não menciona este ponto, referindo que os dois líderes "trocaram pontos de vista sobre a crise na Ucrânia" e dando conta depois das posições de Xi sobre a questão.
A China evitou sempre criticar a Rússia, que considera um parceiro estratégico, mas também tem recusado desempenhar um papel ativo na resolução do conflito, como lhe tem sido pedido por outros países.
Xi também disse a Biden que o mundo é suficientemente grande para que ambos os países se possam desenvolver e prosperar, segundo o comunicado chinês.
"Nas atuais circunstâncias, a China e os Estados Unidos partilham mais, e não menos, interesses comuns", disse.
A China não procura desafiar os Estados Unidos ou "alterar a ordem internacional existente", disse também, apelando para que ambas as partes se respeitem mutuamente.
Xi defendeu ainda que "nenhum país tem um sistema democrático perfeito" e que as diferenças específicas entre os dois lados podem ser discutidas, "mas apenas na condição prévia da igualdade".
"A chamada narrativa 'democracia versus autoritarismo' não é a característica que define o mundo de hoje, muito menos representa a tendência dos tempos", afirmou, segundo o comunicado chinês, que nada refere sobre direitos humanos.
No seu comunicado, a Casa Branca disse que Biden falou sobre a situação dos direitos humanos na China e, em particular, as ações de Pequim na região ocidental de Xinjiang, em Hong Kong e no Tibete.
Sobre a Coreia do Norte, também não referida no comunicado chinês, Biden transmitiu as suas preocupações sobre o comportamento do regime de Kim Jong-un, que intensificou o lançamento de mísseis e pode estar a preparar-se para realizar o seu primeiro ensaio nuclear desde 2017.
Disse "ao Presidente Xi que penso que eles têm a obrigação de deixar claro à Coreia do Norte que não devem realizar testes nucleares", revelou Biden na conferência de imprensa após a reunião.
O comunicado chinês também colocou maior ênfase nas relações comerciais do que o comunicado norte-americano.
Especificamente, de acordo com Pequim, Xi avisou Biden de que iniciar uma guerra comercial e tecnológica, procurando a desvinculação económica ou o corte das cadeias de abastecimento, "não serve os interesses de ninguém".
A Casa Branca apenas aludiu às práticas chinesas que vão contra a economia de mercado e não fez qualquer menção às tarifas que o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) impôs às importações chinesas e que Biden manteve.
Também não abordou as novas restrições que Washington colocou à venda de 'microchips' chineses, segundo a EFE.
Leia Também: G20 prepara declaração sobre a guerra e afirmação contra armas nucleares