Retirada de tropas? "Terá de chegar uma altura em que a Rússia aceite"

O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu hoje, na Indonésia, que a Rússia terá de aceitar, mais cedo ou mais tarde, que a retirada das suas tropas da Ucrânia é a única saída para o conflito.

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Lusa
15/11/2022 13:23 ‧ 15/11/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Terá de chegar uma altura em que a Rússia reconheça e aceite que tem de sair desta situação, e uma das exigências é a retirada das tropas", disse Scholz, citado pela agência EFE, numa conferência de imprensa em Nusa Dua, na ilha indonésia de Bali, onde participa na cimeira do G20.

Relativamente à proposta de paz de dez pontos apresentada ao grupo das 20 economias mais desenvolvidas e emergentes pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o chanceler alemão reiterou que o "importante agora é que a Rússia termine a sua guerra de agressão e retire as suas tropas".

Além da retirada das tropas russas e do respeito pela integridade territorial da Ucrânia, o plano de Zelensky prevê garantias de segurança nuclear, energética e alimentar, e a criação de um tribunal especial sobre crimes de guerra.

Inclui também a libertação de prisioneiros e deportados, proteção ambiental, prevenção de escalada e confirmação do fim da guerra.

Presente no G20, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, considerou irrealistas as exigências de Zelensky para a Ucrânia negociar o fim da guerra com a Rússia.

Scholz insistiu que a retirada das tropas russas é a base para alcançar uma situação em que a paz possa ser negociada.

Considerou que a paz não pode ser ditada pela perspetiva russa, porque a Ucrânia e a comunidade internacional não a aceitariam.

Neste sentido, disse ser a favor de se manter o diálogo com o Presidente russo, Vladimir Putin, como tem feito nos últimos meses.

"Penso que é a coisa certa, ter um diálogo contínuo em que também discutimos precisamente as questões que vemos de forma diferente", disse.

O chanceler alemão lembrou que manteve conversações não só com Zelensky, mas também com Putin tanto antes como durante a guerra que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano.

Scholz referiu-se ainda ao projeto de acordo do G20, considerando que é deixado claro que a atual "guerra de agressão é inaceitável".

O projeto de acordo também prevê que tudo deve ser feito para contrariar o impacto da guerra no resto do mundo e que a "utilização de armas nucleares está fora de questão", segundo Scholz.

"Este é o consenso que está gradualmente a ganhar terreno aqui", disse.

Scholz acrescentou ser "particularmente valioso" que esta abordagem "tenha assumido tanta importância" na cimeira do G20 e que se chegue a acordo sobre a declaração final.

Na cimeira do G20, que termina na quarta-feira, participam, entre outros, os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da China, Xi Jinping, e da França, Emmanuel Macron.

Leia Também: Secretário-geral da NATO adverte para "erro de subestimar a Rússia"

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