Macron afirmou que a União Africana é um "elemento chave" na recomposição das "regras de governação das instituições internacionais".
"Se queremos ter plenamente em conta a solidariedade com o Sul, temos de aceitar que a União Africana, tal como a União Europeia, esteja à mesa", continuou.
O Presidente francês anunciou, igualmente, a realização "no próximo mês de junho, em Paris" de uma "conferência internacional sobre um novo pacto financeiro com o Sul", com o objetivo de "criar as condições para um verdadeiro choque de financiamento para o Sul", porque "não devemos pedir a estes países que apoiem o multilateralismo se este não for capaz de responder às suas emergências vitais".
Isto incluirá "fazer um balanço" da redistribuição dos Direitos de Saque Especiais (DSE, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI) de países ricos para países pobres. A França "comprometeu-se, juntamente com alguns outros, a poder realocar 30% dos seus direitos especiais de saque" aos "países mais frágeis", disse o chefe de Estado no final da reunião do G20 sob a presidência indonésia.
Os DSE são uma espécie de moeda criada pelo FMI e podem ser concedidos diretamente por este aos países membros, que os podem utilizar para reembolsar as suas obrigações ao FMI ou para ajustar as suas reservas cambiais.
Macron explicou, também, que a reunião do G20, que está a decorrer entre terça e quarta-feira, "permitiu que se fizessem progressos na reestruturação das dívidas dos países mais frágeis, o que constitui um elemento-chave da solidariedade".
"Devemos afastar-nos do status quo para os países mais pobres e mobilizar o setor privado em grande escala, ou pelo menos mobilizá-lo muito mais para a revolução energética, agrícola e industrial", afrouxando "algumas das limitações no acesso ao financiamento".
"Devemos, no quadro deste novo pacto financeiro, integrar também a questão da vulnerabilidade climática", insistiu o Presidente francês.
Um "grupo de peritos" à margem da 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), no Egito, foi "mandatado" para "fazer progressos técnicos" em "mecanismos financeiros específicos", detalhou.
O G20 é um grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia. Juntas, as nações representam cerca de 80% de toda a economia global.
A mais importante reunião de líderes mundiais desde o início da pandemia está a decorrer, entre o dia 15 e 16 de nov, sem Putin no cenário tropical de Bali, quase nove meses após o início da ofensiva russa na Ucrânia, que disparou os preços da energia e dos alimentos e viu a ameaça nuclear reaparecer.
Leia Também: G20 pede compromissos para enfrentar as alterações climáticas