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Xi Jinping 'puxa as orelhas' a primeiro-ministro canadiano em público

O presidente chinês não gostou que o primeiro-ministro abordasse alegada interferência chinesa nas eleições canadianas, e o pequeno confronto público foi uma exceção na sua imagem pública cuidadosamente construída.

Xi Jinping 'puxa as orelhas' a primeiro-ministro canadiano em público
Notícias ao Minuto

17:55 - 16/11/22 por Notícias ao Minuto

Mundo G20

O presidente chinês Xi Jinping teve, esta quarta-feira, uma atitude muito pouco habitual, na Indonésia, ao abordar diretamente o primeiro-ministro canadiano, no meio de jornalistas, para se queixar da forma como Justin Trudeau abordou conversas entre a China e o Canadá.

Na terça-feira, as autoridades canadianas anunciaram à imprensa que Trudeau falou de forma não oficial com o líder chinês, para conversar sobre as acusações de espionagem na maior empresa de energia canadiana, e também sobre as alegações de que os chineses terão interferido nas eleições canadianas, em 2019.

Durante a cimeira do G20 em Bali, na Indonésia, Xi dirigiu-se ao primeiro-ministro e, num vídeo gravado pela jornalista canadiana Annie Bergeron-Oliver, abordou o facto de que "tudo o que foi discutido foi divulgado nos jornais".

"Isso não é apropriado. Não foi assim que a conversa foi conduzida", disse o líder comunista chinês, através do tradutor.

Trudeau defendeu-se afirmando que "no Canadá, acreditamos num diálogo livre, aberto e franco, e continuaremos a tê-lo". Xi Jinping ia responder de imediato, mas o primeiro-ministro canadiano procurou desarmar a situação, prontamente acrescentando que "continuaremos a trabalhar construtivamente mas há coisas em que discordamos".

Xi concluiu a conversa ao referir que é preciso "criar primeiro as condições", apertando a mão a Justin Trudeau e abandonando a sala, deixando o primeiro-ministro do Canadá algo confuso.

Depois da interação, o líder canadiano disse aos jornalistas que nem todas as conversas com o regime chinês "serão fáceis".

As relações diplomáticas entre Ottawa e Pequim continuam tensas, pois desde janeiro que as autoridades canadianas têm alertado no parlamento para a interferência chinesa na democracia do país, preparando-se para continuar a fazê-lo nas próximas eleições.

Segundo a equipa do Canadá, citada pelo The Guardian, Justin Trudeau também comentou na conversa entre os dois a invasão russa na Ucrânia (e a influência chinesa sobre Moscovo), a Coreia do Norte e a cimeira conjunta entre China e Canadá que procurará encontrar soluções para as alterações climáticas.

No entanto, Trudeau terá afastado uma reunião formal entre os dois líderes, mediante as tensões diplomáticas em questão.

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