Guterres também solicitou ao regime de Kim Jong-un que "cumpra plenamente com as suas obrigações internacionais em virtude de todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança e que tome medidas imediatas para retomar o diálogo que conduza à paz sustentável e à desnuclearização completa e verificável da península da Coreia", segundo um comunicado divulgado pelo seu porta-voz.
A Coreia do Norte lançou hoje um míssil balístico intercontinental que provavelmente caiu na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, ao largo da ilha de Hokkaido, no norte, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, considerando o disparo "absolutamente inaceitável".
Segundo revelou hoje um responsável norte-americano, os Estados Unidos querem convocar o Conselho de Segurança da ONU e pedir à China, aliada do regime norte-coreano, que ajude a refrear Pyongyang.
"Certamente, a nossa diplomacia esforçar-se-á por levar a China a juntar-se aos países que condenam publicamente e a usar a sua influência para persuadir" a Coreia do Norte, disse um responsável norte-americano não identificado, citado pelas agências internacionais, que acompanha a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, numa deslocação à Ásia.
Os Estados Unidos querem que a China "use a sua influência para convencer a RPDC [República Popular Democrática da Coreia]", afirmou a mesma fonte, usando o acrónimo para o nome oficial da Coreia do Norte.
Em resposta ao lançamento, os militares sul-coreanos e norte-americanos responderam com testes de bombas guiadas a partir de caças F-35, além de realizarem outras manobras aéreas combinadas sobre o Mar do Leste.
São duas operações que simulam ataques preventivos e, inclusive, operações punitivas contra os norte-coreanos, naquela que é uma dura mensagem para Pyongyang.
O lançamento norte-coreano de hoje foi realizado a partir da zona de Sunan, onde se situa o aeroporto internacional de Pyongyang, local escolhido pelo regime para lançar também outros mísseis balísticos intercontinentais em fevereiro, março e no passado 03 de novembro, embora dois destes lançamentos tenham sido mal sucedidos.
O lançamento soma-se aos 30 projéteis - número recorde- , que Pyongyang disparou no início de novembro em resposta a grandes manobras aéreas de Seul e Washington, incluindo outro míssil desse tipo - o lançado no dia 03 de novembro - que aparentemente falhou e caiu prematuramente nas águas do mar do Japão.
A tensão na península atinge níveis sem precedentes devido aos repetidos testes de armas norte-coreanos, às manobras dos aliados e à possibilidade de que, conforme indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un já esteja pronto para realizar o seu primeiro teste nuclear desde 2017.
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