Crise. Nos mercados de Natal de Berlim nem o vinho quente ajuda

"Ainda a pandemia continua, já temos outro problema, a inflação", desabafa uma das vendedoras do mercado da Potsdamer Platz, em Berlim, enquanto afasta a primeira capa de gelo do telhado de madeira da tenda.

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Lusa
19/11/2022 11:41 ‧ 19/11/2022 por Lusa

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As temperaturas caíram na capital alemã com os primeiros graus negativos do ano. Se antes este era motivo de convite para os mercados de Natal, especialmente para o vinho quente, este ano o receio da falta de clientes volta a pairar por quem ali vende.

Juan Carlos torna a vender brinquedos depois de quase dez anos de ausência dos mercados de Natal. Lamenta a falta de gente, mas acredita que tudo irá melhorar no mês de dezembro, quando faltar menos para o Natal. Ainda assim, não ignora as mudanças nos preços.

"Está tudo mais caro. O que compramos, o que vendemos. Mas onde noto mais, para já, é no supermercado. Os dez euros que usava há quatro meses para as compras agora não dão para nada", lamentou.

Para Martin, as opções biológicas disponíveis nas prateleiras passaram a ser um luxo.

"Se antes conseguia comprar produtos mais naturais, que faziam melhor à saúde, agora essas opções passaram a ser incomportáveis. Temos de escolher o mais barato", apontou.

Ao lado, a namorada explica que o aumento generalizado dos preços, sobretudo nos custos da energia, já a fez baixar o aquecimento em casa.

"Até aqui, com temperaturas superiores a 10 graus, não tínhamos grande problema. Mas agora, com o frio, vamos ter de reforçar as camisolas a usar dentro de casa. Tenho muito mais cuidado com o tempo em que tenho o aquecimento ligado, e com o número de vezes que vamos jantar aquele sushi caro que gostamos", partilhou, com um sorriso.

Em algumas tendas do mercado de Potsdamer Platz, um dos primeiros a abrir em Berlim, o vinho quente pode chegar aos 8 euros (com o copo incluído), a salsicha com pão 4 euros e meio, e por um saco de 200 gramas de amêndoas torradas paga-se este ano 11 euros. Preços mais altos e pouco doces para quem por ali passa.

"Os mercados de Natal são fantásticos, têm uma boa atmosfera, mas este ano não tenciono vir muitas vezes. Passaram a ser um luxo, e não uma necessidade. Comprar comida é uma necessidade", realçou Marius, enquanto termina de almoçar.

O horário de encerramento deste mercado, mantém-se, tal como no ano passado, às 22:00. Outros, como o mercado na Breitscheidplatz, fecham um pouco mais cedo. Com os custos da eletricidade em níveis recorde, a maioria das tendas opta por iluminação a LED ou mais reduzida.

Leia Também: Bancos alimentares cada vez mais procurados num Reino Unido em crise

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