"Deixemos a comissão chegar às suas conclusões, não a podemos condicionar", disse o chefe de Estado, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), durante uma conferência de imprensa em Londres, onde está numa visita de Estado.
Uma comissão de inquérito independente nomeada pelo parlamento deverá apresentar em breve um relatório para debate pelos deputados no início de dezembro, dias antes da conferência do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) para nomear o seu candidato para as próximas eleições presidenciais em 2024.
As autoridades sul-africanas começaram a investigar em junho o alegado roubo de cerca de 4 milhões de dólares em dinheiro, descobertos durante um assalto à quinta agrícola de Cyril Ramaphosa, em 2020, que alegadamente o Presidente terá tentado esconder para impedir que fosse conhecida a existência do dinheiro.
A Provedoria da República sul-africana alocou dois investigadores a tempo inteiro na investigação ao chefe de Estado, em articulação com várias unidades de investigação criminal da Polícia da África do Sul.
A Provedoria sul-africana tem por missão investigar e denunciar qualquer má conduta ou irregularidade no Governo, "de forma independente, imparcial, sem medo, favor ou preconceito", e tomar medidas corretivas que "só podem ser contestadas judicialmente", sublinhou.
A polícia e um painel de peritos legais nomeados pelo parlamento para investigar o roubo na quinta de Phala Phala de Cyril Ramaphosa não apresentaram queixa formal contra o Presidente, que continua a ser investigado.
Ramaphosa, de 69 anos, procura renovar o mandato do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) em dezembro, e se não vencer essa eleição interna, deverá ter de sair da presidência, seguindo o que aconteceu com Thabo Mbeki, Kgalema Motlanthe e Jacob Zuma que perderam a confiança do partido e acabaram por ser afastados do cargo pela direção do partido no poder.
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