A Rússia provavelmente continuará a atacar a rede elétrica da Ucrânia, infraestruturas de gás e serviços básicos, alertou hoje o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
“Fazer isto quando estamos a entrar no inverno demonstra que o Presidente Putin está agora a tentar usar o inverno como uma arma na guerra contra a Ucrânia”, afirmou, citado pela Sky News.
O secretário-geral da NATO falou numa conferência de imprensa antes de um encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da NATO.
Volodymyr Zelensky tinha já advertido que a Rússia estava "a planear novos ataques", pedindo às forças de defesa e aos cidadãos que se preparassem para enfrentar uma nova semana de falhas elétricas.
O secretário-geral da aliança militar ocidental disse igualmente que "se deve estar preparado para mais ataques" contra a Ucrânia.
"Esse é o motivo pelo qual os aliados da NATO aumentaram o seu apoio à Ucrânia, incluindo com sistemas adicionais de defesa aérea. Os aliados estão a proporcionar sistemas avançados de defesa aérea e diferentes sistemas que podem abordar as ameaças que representam diferentes tipos de drones, mas também mísseis de cruzeiro e balísticos", comentou.
O chefe político da NATO também assinalou ser essencial que "Putin não ganhe" esta guerra e precisou: "Mostraria aos líderes autoritários pelo mundo que podem conseguir os seus objetivos utilizando a força militar e tornaria o mundo num lugar mais perigoso para nós, e pelo nosso próprio interesse de segurança devemos apoiar a Ucrânia".
Previamente, e também em conferência de imprensa em Bucareste, a embaixadora dos Estados Unidos junto da NATO, Julianne Smith, esclareceu que será o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quem deve decidir o momento de negociar com a Rússia um fim do conflito, e desmentiu que lhe esteja a ser imposto um "prazo concreto".
"De facto, deixaremos a questão das negociações nas mãos do Presidente Zelensky", disse Smith na sua intervenção em Bucareste por videoconferência.
A representante dos EUA sustentou que será Zelensky a determinar "as condições" e "quando" estará disposto a sentar-se na mesa das negociações.
"A nossa posição nos Estados Unidos, e julgo que em toda a Aliança, é assegurar que poremos o Presidente Zelensky e a Ucrânia na posição mais forte possível para quando chegarem as negociações, pois não sabemos quando estará a Rússia disposta a sentar-se à mesa e levar a sério a negociação", argumentou.
"Até ao momento não vimos qualquer indício disso", assegurou.
[Notícia atualizada às 19h31]
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