Russos "cruéis"? Líder checheno diz que Papa foi "vítima de propaganda"

O líder checheno Ramzan Kadyrov considerou hoje que o Papa foi "vítima da propaganda", depois de Francisco chamar cruéis aos soldados russos provenientes de minorias que participam na invasão da Ucrânia.

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© Mikhail Svetlov/Getty Images

Lusa
30/11/2022 10:58 ‧ 30/11/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"O Papa apresentou os chechenos e os buryats [da Sibéria] como os mais cruéis do Exército russo", reagiu hoje Ramzan Kadyrov, líder autoritário da Chechénia.

"Como podemos perceber - apenas a olhar -- de que etnia é um soldado russo quando mais de 190 grupos étnicos povoam o nosso país?", questionou Kadyrov, num comunicado à imprensa publicado na rede social Telegram.

"Claro, o líder do Vaticano não será capaz de responder a esta pergunta. Ele tornou-se simplesmente uma vítima da propaganda e da obstinação dos meios de comunicação estrangeiros", afirmou Kadyrov.

O líder checheno também lembrou o Papa sobre episódios violentos da história da Igreja Católica, citando a "Inquisição" e as "Cruzadas".

"É uma pena que uma figura religiosa mundialmente famosa não saiba nada sobre a atitude dos muçulmanos em relação aos seus inimigos", lamentou.

Em entrevista ao jornal norte-americano jesuíta América, publicada no portal do diário na segunda-feira, o Papa disse ter "muita informação sobre a crueldade das tropas russas" que chegam à Ucrânia.

"Os mais cruéis talvez sejam aqueles que vêm da Rússia, mas (que não são) de tradição russa, como os chechenos, os buryats", declarou o Papa.

A Chechénia é uma República do Cáucaso russo de maioria muçulmana, e a República de Buryat é uma região budista da Sibéria localizada entre o lago Baikal e a Mongólia.

Nas fileiras chechenas, "não há alcoólicos ou viciados em drogas, são todos muito religiosos", disse Kadyrov, acrescentando que as suas tropas propuseram sistematicamente aos soldados ucranianos que se rendessem antes do combate.

Leia Também: Rússia critica Papa por dizer que chechenos são "os mais cruéis"

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