Domingos Simões Pereira, que foi eleito com a maioria dos votos dos quase 1.500 delegados que participaram no congresso do partido, avaliou a votação como uma "adesão" à visão que está a propor para o partido e também à necessidade de consolidar o que foi feito nos últimos oito anos.
"A minha avaliação é de que os delegados do X Congresso quiseram dizer a todos os que nos queiram ouvir que o partido está unido, está coeso e acompanha o seu líder nas suas grandes metas programáticas que estão estabelecidas e nas reformas que estão desde já programadas", afirmou o líder do PAIGC.
Questionado sobre que reformas do partido destacaria, Domingos Simões Pereira indicou, num primeiro momento, os dois percursos feitos nos últimos oitos anos.
O primeiro feito entre 2014 e 2018, quando foi preciso "resgatar o partido" da onda que "colocava em causa o funcionamento das próprias estruturas" e aquele feito a partir de 2018 durante o qual se "deu voz a todas as sensibilidades" e se voltou a "adiar as reformas necessárias".
"Hoje vai verificar com muita facilidade que o número de jovens nas estruturas superiores do partido está muito próximo daquilo que é a percentagem de jovens a nível nacional, primeiro aspeto, segundo aspeto a correlação de género também está muito presente nessas estruturas", disse.
Domingos Simões Pereira destacou também outro aspeto que é a renovação das estruturas intermédias, após a realização do congresso.
"O que acontecia no partido é que nós ao renovarmos os órgãos, ao realizarmos conferências eletivas desses órgãos antes de chegarmos ao congresso acabávamos quase que obrigando a que os delegados fossem divididos pela lógica da candidatura", explicou.
"Depois de terminado o congresso, escolhido o novo presidente do partido, tem um trabalho colossal de reunir as bases que acabaram de ficar desavindas pela lógica das candidaturas", afirmou.
Segundo Domingos Simões Pereira, neste momento, com a renovação das estruturas do partido, "muitas entidades terão oportunidade de servir" na sua administração, "independentemente" da sua opinião, porque "já há um caminho traçado", que corresponde à moção estratégia que apresentou.
"Agora, não temos hierarquia entre vice-presidentes, porque na verdade quem se submete à votação secreta e universal dos delegados é o presidente, quem apresenta a moção estratégica é o presidente, quem propõe os vices é o presidente", disse, salientando que antes os vices-presidentes do partido, após o congresso, assumiam uma autonomia que "quase se transformava numa oposição interna ao próprio presidente".
Outro exemplo que Domingos Simões Pereira destacou como uma reforma importante que vai ocorrer no partido, é que os membros do comité central vão passar a responder por cada secção do território da Guiné-Bissau.
"A partir deste momento, as decisões que serão tomadas e que tenham reflexo nas bases irão beneficiar de um conhecimento detalhado que cada responsável tem de apresentar", afirmou.
"Desde o Presidente do partido até todos os elementos que constituem, por exemplo, o comité central, hoje ninguém estará nos órgãos por simples acaso. Todos passarão a saber qual é a sua responsabilidade e terão de responder perante os órgãos competentes", salientou.
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