São cerca de dois milhões de adultos a viver com o vírus da imunodeficiência humana no país, ou seja, um em cada oito.
O último inquérito em Moçambique tinha sido feito em 2015 e na altura a prevalência era de 13,2%.
O país de cerca de 31 milhões de habitantes continua entre os mais afetados do mundo, comparando a prevalência hoje anunciada com os dados de outras nações (dados disponibilizados pelo programa das Nações Unidas para o VIH/Sida).
Tal como no resto da África subsaariana, em Moçambique a prevalência é claramente maior entre mulheres (15%) que homens (9%).
As diferenças são "particularmente notórias entre os 15 e 29 anos, chegando a prevalência a ser duas a três vezes mais alta entre as mulheres", nota o INS.
"Uma em cada quatro mulheres entre os 35-39 anos está infetada", destaca.
O inquérito indica também que o uso de preservativo "ainda é baixo", sobretudo pelas mulheres: só 30,3% das mulheres disse usar preservativo, menos 11,6% que em 2015.
A percentagem de homens que disse usar preservativo aumentou 8,8% para 48,2%.
"Um em cada oito adultos em Moçambique vive com VIH, o que representa um desafio substancial para o sistema de saúde do país", refere um resumo do inquérito.
"Estes resultados demonstram a necessidade de medidas de prevenção para reduzir o número de novas infeções", acrescenta o documento.
O ministro da Saúde, Armindo Tiago, destacou hoje também algumas conquistas.
"Embora a média nacional da prevalência do VIH se mantenha elevada entre 2015 e 2021, gostaríamos de destacar a redução assinalável nas províncias de Manica e Maputo", com reduções de 40% a 50%.
O Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH e Sida (ONUSIDA) estabeleceu as metas 95-95-95 para que, até 2025, 95% das pessoas com VIH conheçam o seu estado viral, 95% de todas as pessoas diagnosticadas estejam a receber tratamento de forma contínua e 95% destas alcancem a supressão da carga viral.
Moçambique está ao nível 72-96-89 destas metas, respetivamente, ou seja, três em cada 10 ainda não conhece o seu estado de infeção e apesar da cobertura de tratamento estar acima de 95% a supressão da carga viral ainda não superou os 89%.
O Insida 2021 baseou-se em entrevistas e recolha de amostras de sangue a cerca de 14.500 pessoas em todo o país entre abril de 2021 e fevereiro de 2022 e os resultados têm um intervalo de confiança de 95%.
O estudo contou com financiamento do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da SIDA (PEPFAR, sigla inglesa) e assistência técnica do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, sigla inglesa) e da Universidade de Columbia, ambos dos EUA.
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