"Temos muito o que conversar porque os Estados Unidos sofrem de uma necessidade democrática como o Brasil. O estrago que [o ex-presidente dos Estados Unidos] Trump deixou na democracia americana foi o mesmo deixado por Bolsonaro [Presidente cessante no Brasil]. Os dois pensam igual", afirmou Lula da Silva para jornalistas na sede do governo de transição, abordando a viagem que realizará aos EUA.
"Quero falar sobre política, sobre a relação entre os dois países, sobre o papel do Brasil na nova geopolítica mundial, sobre a Ucrânia, até mesmo se essa guerra é necessária", acrescentou, destacando a importância das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
O presidente eleito disse que ainda está por definir a data desta visita aos EUA, mas afirmou que só ocorrerá depois de 12 de dezembro, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lhe concederá o diploma de presidente eleito, antes da sua posse, marcada para 01 de janeiro.
O futuro chefe de Estado brasileiro também confirmou que a visita aos Estados Unidos será tema de um encontro que terá em Brasília com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
O líder e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou a intenção de viajar aos Estados Unidos depois de o ex-ministro Fernando Haddad, um dos porta-vozes da equipa de transição, ter anunciado a viagem.
Segundo Haddad, outro possível destino de Lula da Silva antes do final do ano será a Argentina, visita que foi confirmada pelo Presidente argentino, Alberto Fernández.
Além de falar sobre encontro com Biden, Lula da Silva também disse aos jornalistas que só pretende anunciar quem serão os ministros de seu futuro Governo depois da diplomação como Presidente, mas reconheceu já ter a maioria dos nomes na 'cabeça'.
"Tenho 80% do ministério na cabeça, mas não quero construir um ministério para mim, quero construir para as forças políticas que me ajudaram", afrmou Lula da Silva.
"Vou ser diplomado no dia 12. Depois que for diplomado, que for Presidente da República reconhecido, aí vou começar a escolher meu ministério", acrescentou.
Na conferência com jornalistas, o Presidente eleito do Brasil também disse que continua a negociar a composição dos ministérios com os dez partidos políticos que o ajudaram na eleição e com os movimentos de centro e centro-direita que pretende atrair para constituir a sua base no Congresso.
Lula da Silva foi questionado sobre o número de ministérios que o seu futuro executivo terá e respondeu que provavelmente será algo parecido com seus dois primeiros mandatos (2003-2010), ou seja, cerca de 30 pastas.
"Continuo conversando com as comunidades indígenas porque temos que dar a eles um sinal de respeito e reconhecimento de que são necessários para ajudar o Brasil a cuidar de suas florestas e de seu clima", concluiu, reiterando que vai criar uma pasta específica para os Povos Indígenas, mas ainda não sabe se terá de facto um ministério ou uma secretaria vinculada à Presidência da República.
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