No comunicado, assinado pelo porta-voz do departamento de Estado, Ned Price, salienta-se que o chefe da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA), domingo à noite, "deixou claro que todo apoio externo a grupos armados não estatais na RDCongo deve terminar, incluindo o apoio do Ruanda ao Movimento 23 de Março [M23]".
O M23, ex-rebelião tutsi que pegou em armas no final de 2021, beneficia, segundo Kinshasa, do apoio ativo do Ruanda, o que é contestado por Kigali.
Antony Blinken "partilhou a sua profunda preocupação com o impacto dos combates nos civis (da RDCongo), que foram mortos, feridos ou forçados abandonar as suas áreas de residência", acrescentou Ned Price na nota.
O secretário de Estado exortou os dois países a respeitarem o acordo negociado no mês passado através de Angola.
Numa cimeira realizada em 23 de novembro em Luanda foi ordenado um cessar-fogo seguido pela retirada dos rebeldes das posições capturadas nos últimos meses, mas nenhuma retirada foi observada desde então.
Antony Blinken também condenou "o ressurgimento do discurso público de ódio e incitamento" contra o Ruanda, recordando as "consequências reais e horríveis de tal retórica no passado", uma alusão ao genocídio de 1994 que teve como vítimas principalmente os tutsis.
Após uma trégua de cinco dias, combates com armas pesadas recomeçaram na semana passada no leste da RDCongo entre o M23 e o exército governamental, que acusou os rebeldes de massacrar pelo menos 50 civis.
O M23 rejeitou as acusações e pediu uma "investigação independente".
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