"Na Ucrânia de hoje, a capacidade de sobrevivência dos civis está sob ameaça", disse Griffiths ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, citado pela agência francesa AFP.
Griffiths disse que os ataques contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia, que a Rússia iniciou em outubro, "criaram um novo nível de necessidade que afeta todo o país e agrava as necessidades causadas pela guerra".
"A escala de destruição das infraestruturas de eletricidade e aquecimento requer um maior apoio ao Governo ucraniano para além do que os humanitários podem fornecer", afirmou.
O diplomata britânico advertiu que milhões de pessoas estão privadas de aquecimento, eletricidade ou água num país onde as temperaturas negativas podem atingir os -20 graus Celsius.
"Vemos o risco de novas deslocações", avisou Griffiths.
A guerra na Ucrânia provocou mais de 14 milhões de deslocados, dos quais 6,5 milhões em território ucraniano e 7,8 milhões de refugiados noutros países europeus.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, tem sido acusada de estar a "usar o inverno como arma de guerra", como reafirmou hoje o embaixador francês na ONU, Nicolas de Rivière.
A agência humanitária da ONU lançou, na semana passada, um apelo recorde para 2023, no sentido de satisfazer as crescentes necessidades em todo o mundo, impulsionadas pelo conflito na Ucrânia e pelas alterações climáticas.
"É um apelo recorde e será difícil financiá-lo adequadamente", admitiu Martin Griffiths, referindo-se a um "mundo enlouquecido" com "uma em cada 23 pessoas" a precisar de ajuda no planeta.
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