Políticos recordam impacto das alterações climáticas nas cheias em Lisboa
Vários políticos reagiram às inundações na região de Lisboa, pedindo mais medidas para acautelar futuras cheias, e alertando especialmente para os atrasos no Plano Geral de Drenagem.
© Reuters
Política Cheias
Depois das fortes chuvas que alagaram a área metropolitana de Lisboa, especialmente a zona costeira perto de Alcântara e Algés, já no concelho de Oeiras, vários políticos reagiram nas redes sociais para lamentar os danos na cidade ou para pedir que o plano de drenagem avance.
Através do Twitter, Rui Tavares, deputado do Livre e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, lamentou a morte de uma mulher em Algés e alertou para o impacto das alterações climáticas nos fenómenos climatéricos, salientando que são "previsíveis também as consequências muito sérias que estas podem ter para a nossa cidade".
"Podemos contrariar esta tendência implementando políticas claras e ambiciosas de transição ecológica que adaptem a cidade a estas alterações e que reduzam as emissões de gases com efeito de estufa na cidade", disse o deputado e historiador, apontando também para os atrasos na implementação do Plano Geral de Drenagem-.
Nos últimos anos temos assistido com cada vez mais frequência a este tipo de situações, frequência essa que é um dos resultados previsíveis das alterações climáticas. Previsíveis são também as consequências muito sérias que estas podem ter para a nossa cidade.
— rui tavares (@ruitavares) December 8, 2022
João Ferreira, vereador do PCP na Câmara Municipal de Lisboa e no Parlamento Europeu, também apontou para o plano de drenagem, cujos túneis continuam por fazer.
"Os túneis do plano de drenagem de Lisboa, de que agora todos falam, são importantes e há muito podiam estar feitos. Mas não dispensam o investimento na rede de coletores de mais de 1.500 quilómetros deixada ao abandono. Nem uma mudança radical nas políticas de urbanismo (liberais) vigentes", escreveu o deputado comunista.
Os túneis do plano de drenagem de Lisboa, de que agora todos falam, são importantes e há muito podiam estar feitos. Mas não dispensam o investimento na rede de colectores de +de 1.500 kms deixada ao abandono. Nem uma mudança radical nas políticas de urbanismo (liberais) vigentes.
— João Ferreira (@joao_ferreira33) December 8, 2022
Já a deputada única do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, que também foi eleita pelo distrito de Lisboa, focou-se no impacto das alterações climáticas na intensificação de fenómenos climatéricos. A porta-voz do partido ambientalista vincou que "a preservação das florestas, das zonas húmidas, o adequado ordenamento territorial e preservação da orla costeira é imprescindível", pedindo que se limitem as construções em cima de zonas ribeiras.
Construir em zonas de cheias, ribeiras, zonas húmidas ou dar cabo dos poucos espaços verdes é por em causa a nossa própria qualidade de vida e segurança e a capacidade de mitigarmos os efeitos das alterações climáticas.
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) December 8, 2022
Finalmente, o líder do Chega preferiu aproveitar um evento que causou grandes danos na região na qual foi eleito, Lisboa, e no qual morreu uma pessoa, para recordar uma luta que tem marcado o Chega.
No Twitter, André Ventura publicou uma fotografia de um polícia e criticou os "ataques" às forças de autoridade - uma referência às várias investigações que surgiram após uma recente reportagem do Consórcio de Jornalistas, que demonstrou comportamentos racistas e xenófobos por agentes da PSP e militares da GNR nas redes sociais.
Esta foto devia ser enviada a todos os partidos, movimentos e órgãos de comunicação social que insistem em atacar as nossas polícias. Da nossa parte, não temos dúvidas de que lado estamos! pic.twitter.com/qk2yFVmoy5
— André Ventura (@AndreCVentura) December 8, 2022
Várias zonas da Área Metropolitana de Lisboa continuam os trabalhos de limpeza depois de uma noite muito difícil, com várias ocorrências relativas a inundações e a danos em casas e estabelecimentos. Foram resgatadas 14 pessoas de dentro de vários carros em túneis da capital, e na Amadora foram também obrigadas a sair de casa mais de 100 pessoas.
Houve também vários danos provocados nos concelhos de Loures, Odivelas e Setúbal, entre outros. A Proteção Civil emitiu o alerta laranja para Lisboa, Setúbal, Leiria, Santarém e Faro, entre a meia-noite e as 9h de sexta-feira, mas durante a noite de quarta para quinta-feira chegou a ser emitido o alerta vermelho para Lisboa.
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