De acordo com o jornal belga Le Soir, o antigo deputado de esquerda Antonio Panzeri, de 67 anos, e o secretário-geral da CES, Luca Visentini, de 53 anos, estão entre as pessoas detidas em Bruxelas.
A polícia de Bruxelas concretizou as detenções depois de ter realizado 14 buscas, nas quais encontrou meio milhão de euros em dinheiro na casa de Panzeri, no âmbito de uma investigação sobre ações de crime organizado para influenciar decisões políticas e económicas no Parlamento Europeu
Os outros dois italianos presos são o diretor de uma organização não governamental e um assessor parlamentar, de acordo com o jornal.
O Ministério Público belga anunciou que os investigadores da brigada anticorrupção "suspeitam que um país do Golfo tenta influenciar as decisões económicas e políticas do Parlamento Europeu", alegadamente através do "pagamento de quantias substanciais de dinheiro ou de presentes significativos a terceiros com posição política e/ou estratégica significativa no Parlamento Europeu".
O jornal Le Soir diz ter fontes bem informadas que confirmaram que o país indicado pelos procuradores belgas é o Qatar, que atualmente é o anfitrião do Campeonato do Mundo de futebol.
De acordo com este jornal, o objetivo do Qatar era defender a sua imagem enquanto organizador desta competição, sobretudo depois da polémica sobre as condições de trabalho dos migrantes, bem como sobre a proteção de direitos humanos neste país.
Os suspeitos são todos de nacionalidade italiana, sendo figuras de relevo no meio político e sindical.
Panzeri, foi eurodeputado da bancada socialista e democrata durante três mandatos, de 2004 a 2019 e foi presidente do subcomité de direitos humanos do Parlamento Europeu.
Visentini tem ocupado cargos de relevo em vários sindicatos europeus, há vários anos, tendo sido eleito secretário-federal da CES em março de 2011, passando a secretário-geral em 2015, cargo confirmado em 2019.
No final do mês passado, Visentini tornou-se líder da Confederação Internacional de Sindicatos (CIS), o maior grupo de organizações sindicais do mundo, durante um congresso em Melbourne, Austrália.
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