O corte do trânsito em ambos os extremos deste túnel rodoviário que liga Chamonix, na Alta Sabóia (França) a Courmayeur, no Vale de Aosta (Itália), foi o mais recente de uma série de protestos controversos que os dois grupos têm organizado para chamar a atenção para a necessidade de agir contra a crise climática.
Cidadãos preocupados com as alterações climáticas simpatizantes do grupo italiano iniciaram o seu protesto às 12:30 locais (11:30 em Lisboa), segurando uma faixa em que se lia "Ultima Generazione -- Não ao Gás, Não ao Carvão" e interrompendo o trânsito durante cerca de uma hora.
A polícia teve de chamar os bombeiros para quebrar as correntes com que os manifestantes se ligaram uns aos outros, antes de os retirar à força do extremo italiano do túnel.
"Um Governo deve oferecer às novas gerações perspetivas de um futuro estável e a possibilidade de ter uma família", defendeu Alessandro, um membro de 21 anos do grupo Ultima Generazione (UG), citado pela agência de notícias italiana ANSA.
️Azione al traforo del m. Bianco.️
— Ultima Generazione (@UltimaGenerazi1) December 9, 2022
8 cittadinə e un passeggino vuoto.
Una paura maledetta, ma non per il freddo, la neve, i camion, ma per questa esistenza che vediamo scorrerci via e che fatichiamo a tenere salda tra le mani. #clima #maltempo #caroenergia #ClimateEmergency pic.twitter.com/2TMHs3PRH9
"Em vez disso, cada vez mais pessoas da minha idade não querem ter filhos, por causa do futuro devastador a que o Governo está conscientemente a condenar-nos", prosseguiu, acrescentando: "Isto é assustador e inaceitável".
O ativista italiano disse ainda: "O Governo não está a proteger-nos e, por essa razão, eu continuarei a participar neste tipo de ações até que as nossas reivindicações sejam atendidas".
O UG exige o fim imediato da reabertura de minas de carvão desativadas e o desmantelamento de novos projetos de perfuração para extração de gás em Itália.
Pretende também que o Governo tome medidas para aumentar a energia gerada por fontes renováveis no país em pelo menos 20 Giga Watts por ano.
As ações de protesto do UG têm incluído cortar o trânsito às horas de ponta em grandes cidades, perturbar pessoas que viajam em aviões privados, pintar com 'spray' fachadas de empresas e instituições ligadas a combustíveis fósseis e danificar importantes obras de arte.
Na quarta-feira, os manifestantes do UG atiraram tinta azul e cor-de-rosa para a entrada do histórico teatro de ópera milanês La Scala antes do início da temporada 2022-2023.
Os grupos UG e Dernière Rénovation fazem parte da rede A22 de grupos de desobediência civil relacionados com as alterações climáticas ativos em vários países, como o Just Stop Oil, no Reino Unido, o Stop Old Growth, no Canadá, e o Declare Emergency, nos Estados Unidos.
Leia Também: Ativistas ambientais 'pintam' Cortylandia de preto e vermelho em Madrid