Arábia Saudita diz que a região reagirá se Irão desenvolver arma nuclear

O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal Bin Farhan, afirmou este domingo que, se o Irão desenvolver uma arma nuclear, os países da região do Golfo Pérsico e do Médio Oriente "reagirão" para garantir a própria segurança.

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Lusa
11/12/2022 17:58 ‧ 11/12/2022 por Lusa

Mundo

Arábia Saudita

"Acredito verdadeiramente que, se o Irão obtiver uma arma nuclear funcional, todas as apostas estarão fechadas", disse o chefe da diplomacia saudita durante a Conferência de Política Mundial em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Segundo Bin Farhan, a região é "um espaço muito perigoso", uma vez que "se tem observado uma atividade significativa do Irão" em relação ao enriquecimento de urânio e à possibilidade de desenvolver armas nucleares.

"E, claro, os estados regionais não quererão estar expostos a tal ameaça sem reagir. Podemos esperar que os estados regionais, sem dúvida, procurem garantir a sua própria segurança", referiu o ministro.

Bin Farhan salientou também as crescentes tensões políticas e económicas entre os Estados Unidos da América e a China, as duas potências mundiais, e assegurou que "a polarização é a ultima coisa necessária neste momento".

"Já estamos a ver tremendas pressões sobre a economia global (...) mas a polarização não é forma de resolver isso, é só a forma de exacerbar. Precisamos de construir pontes", afirmou Bin Farhan, cujo país manteve boas relações com as duas potências, mas que recentemente se tem aproximado mais da China.

Desta forma, o ministro recordou que a Arábia Saudita se converteu este ano na 15.ª maior economia do mundo e a que está a crescer mais rápido, reivindicando o papel da Riade [capital da Arábia Saudita] e do Conselho de Cooperação do Golfo como "uma ponte entre o oriente e ocidente" para "abordar todos os desafios que enfrentamos".

Sobre a última decisão da OPEP+ [Organização dos Países Exportadores de Petróleo], de reduzir o bombeamento de petróleo, o ministro saudita afirmou que foi uma medida "completamente justificada", uma vez que "o petróleo se manteve relativamente estável em comparação com as demais fontes de energia, incluindo a renovável".

"O preço tem de ser justo para os consumidores e os fornecedores porque sem um preço justo os fornecedores vão parar de investir", assegurou.

Leia Também: Presidente da China reúne-se com o Rei saudita e o príncipe herdeiro

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