"Estou chocada com a morte de uma voluntária, morta juntamente com outro civil durante um ataque hoje em Kherson. Outros civis ficaram feridos", declarou Denise Brown, coordenadora da ajuda à Ucrânia do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
O ataque atingiu um edifício usado pelas autoridades locais, grupos de voluntários e organizações humanitárias para distribuir ajuda às pessoas em Kherson.
"É chocante saber que um local utilizado para apoiar civis, em particular os idosos que precisam de ajuda por causa da guerra, foi atingido", disse Denise Brown, citada num comunicado.
A vítima trabalhava como paramédica na Cruz Vermelha ucraniana, adiantou a responsável do OCHA, que apresentou "sentidas condolências às famílias de ambas as vítimas" e disse que os seus pensamentos "estão com os colegas desta corajosa mulher que morreu no cumprimento do dever".
"Este acontecimento profundamente trágico é mais uma recordação das terríveis consequências desta guerra para os civis e dos riscos extraordinários que os trabalhadores humanitários de primeira linha assumem", frisou.
A cidade de Kherson (sul da Ucrânia), recapturada pelas forças de Kiev em novembro, voltou a ser hoje bombardeada pela artilharia russa, provocando pelo menos dois mortos e a interrupção total do fornecimento de eletricidade, informaram as autoridades ucranianas.
As forças russas ocuparam a cidade de Kherson, que contava com 300.000 habitantes, e toda a região circundante pouco após o início da invasão da Ucrânia desencadeada em fevereiro.
Apesar de reconquistada, a região tem sido alvo de ataques frequentes e vários bombardeamentos atingiram hoje o centro da cidade, localizada junto do rio Dniepre, a cerca de 500 quilómetros de Kiev.
Numa mensagem na plataforma Telegram, o chefe-adjunto da administração presidencial ucraniana, Kyrylo Tymochenko, tinha relatado a morte de duas pessoas.
As Nações Unidas (ONU) apresentam como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
A invasão russa, iniciada a 24 de fevereiro e condenada pela generalidade da comunidade internacional, também causou já a fuga, dentro e para fora do território, de mais de 14 milhões de pessoas, uma crise de refugiados que é classificada pela ONU como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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