Estes confrontos ocorreram "em vários pontos da cidade", de acordo com a direção regional da Saúde.
Um confronto registado perto do aeroporto de Ayacucho causou dois mortos, indicou o Defensor do Povo peruano.
O movimento de contestação antigovernamental entrou hoje no nono dia, depois da detenção de Castillo, no dia 7 deste mês, e da decisão do Supremo Tribunal de manter a prisão domiciliária do chefe de Estado deposto por mais 18 meses.
Na quarta-feira, o Governo peruano decretou o estado de emergência em todo o país para tentar controlar os protestos.
Pelo menos 15 pessoas morreram em protestos, desde 7 de dezembro, e 340 ficaram feridas, de acordo com o Defensor do Povo.
Os manifestantes exigem a libertação de Castillo, a demissão na nova Presidente designada, Dina Boluarte, a dissolução do Congresso (parlamento), eleições gerais imediatas e a formação de uma Assembleia constituinte que promova uma nova Constituição.
Castillo foi detido na quarta-feira quando tentou dissolver o Congresso antes de uma nova votação de destituição, e com a larga maioria dos deputados a impor a renúncia e a retirarem-lhe os privilégios que impedem os chefes de Estado de enfrentar casos judiciais.
O Presidente deposto denunciou um "golpe de Estado", uma detenção "injusta e arbitrária" e prometeu "jamais renunciar ou abandonar" a "causa popular" que o elegeu no cargo.
Professor rural de origem indígena e dirigente sindical sem ligações às elites, Castillo é sobretudo apoiado pelas regiões andinas, desde as eleições presidenciais de 2021, das quais saiu vencedor por curta margem, na segunda volta, contra a candidata de extrema-direita Keiko Fujimori, filha do anterior Presidente Alberto Fujimori, condenado em 2009 a 25 anos de prisão, mas que não cumpriu na totalidade.
De acordo com uma sondagem divulgada em novembro, cerca de 86% dos peruanos rejeita a composição do parlamento.
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